Governo promete apoios de 25 milhões a áreas afectadas pela seca - TVI

Governo promete apoios de 25 milhões a áreas afectadas pela seca

Seca (Arquivo)

Os agricultores das zonas afectadas pela febre catarral (vulgo «língua azul») e pela seca vão receber apoios de 20 a 25 milhões de euros pelo Governo, anunciou o ministro da Agricultura.

Carlos Costa Neves, que se reuniu nas instalações da Secretaria de Estado da Agricultura e Alimentação (SEAA), na Golegã, com a Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo e do Litoral Alentejano, disse que as medidas concertadas com as organizações de agricultores totalizam neste momento os 20 a 25 milhões de euros.

Costa Neves refere que 10 a 15 milhões dos quais destinados à ajuda directa à alimentação dos animais, provenientes do Orçamento do Estado.

Segundo o ministro, citado pela Lusa, desde que foi declarado o surto de «língua azul», há dois meses, têm estado a ser concertadas medidas com as organizações de produtores, tendo-se a situação complicado com a ausência de chuva, pelo que foi criado um «gabinete de acompanhamento que vai para o terreno» e que funcionará em ligação com a SEAA.

Na reunião que manteve hoje de manhã com os agricultores alentejanos, foi acertada a comparticipação na vacinação contra a «língua azul», única foram de conter o surto, a qual, segundo disse, está dependente da disponibilização da vacina pela fábrica da África do Sul ou pela Itália, que possui algumas em stock.

Por outro lado, vão ser apoiados investimentos que permitam o recurso a furos ou charcas para minimizar a falta de água, adiantou.

Costa Neves afirmou que as zonas mais afectadas são as do Baixo, Centro e Alto Alentejo, abarcando os distritos de Évora, Beja e Portalegre) e a Beira Baixa Interior, ou seja, parte do distrito de Castelo Branco.

Para o ministro, as medidas que têm vindo a ser tomadas - que incluem, além dos apoios directos à alimentação, o financiamento dos testes sorológicos, o adiantamento do pagamento dos prémios relativos à campanha de 2004, a criação de uma linha de crédito, o financiamento para recurso a furos e charcas e comparticipação na vacinação - permitem um maior apoio do que se fosse declarada zona de calamidade.

«Trata-se de um pacote de medidas, de vária natureza, que vão ser lançadas de forma concertada com os agricultores», junto dos quais, disse, tem encontrado «razoabilidade e sensatez».

Para o presidente da Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo e Litoral Alentejano, Manuel Castro e Brito, a situação é «muito difícil» para os criadores de gado e, com a ausência de chuva, também para os produtores de cereais e para os de culturas de Primavera, tanto de sequeiro como de regadio.

«Os agricultores não vêm estender a mão, mas chamar a atenção para uma situação grave que se vive no campo, numa região que é um terço do país e que tem 500 mil habitantes», disse, sublinhando que a sociedade tem de «entender» as «justas aspirações» dos agricultores.
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