Metade do país ainda em «seca extrema ou severa» - TVI

Metade do país ainda em «seca extrema ou severa»

Portugal atravessa tempos de seca

A situação relativamente à seca está um pouco melhor, mas ainda não está boa até porque é a mais grave desde 1990. A conclusão vem no relatório do Instituto da Água, que diz que o território em situação de «seca extrema ou severa» baixou de 88 para 52%.

Mais de metade do território nacional (52%) continua a viver uma situação de «seca extrema ou severa», apesar da chuva que caiu nos últimos dias em Portugal, indicou o Instituto da Água.

Relativamente ao último relatório da instituição a 15 de Março, a percentagem de território que se encontrava em «seca extrema» baixou de 46 para 24 por cento, ao passo que o território em «seca severa» é agora de 28 por cento contra 42 há duas semanas.

Ainda de acordo com o INAG, 22 por cento do território está numa situação de «seca moderada», enquanto que os restantes 26 estão com «seca fraca».

Na origem da melhoria da situação em termos de seca, que era «extrema» e «severa» em 88 por cento de Portugal há 15 dias, está a precipitação que caiu nas últimas duas semanas.

Ainda de acordo com o Instituto, em algumas partes do Norte e Interior Centro esta foi superior aos valores normais, mas no Alentejo e no Algarve foi 50% inferior ao normal.

Quanto ao armazenamento de água, o INAG adiantou que a situação praticamente não se alterou, tendo verificado-se «uma estabilidade nos valores armazenados».

Segundo o relatório, os volumes de água nas albufeiras situam-se «regra geral, acima dos 50% das capacidades totais, embora se observem duas bacias (Oeste e Arade) hidrográficas com valores excepcionalmente abaixo dos valores médios».

«Nas bacias do Lima e do Cávado houve alguma recuperação, mas que mesmo assim não chega para repor as condições médias, mas no Alentejo e Algarve praticamente não houve alterações a nível de armazenamento», explicou à TSF Rui Rodrigues, do INAG.

O Instituto adiantou ainda que se irá proceder à «transferência de 3.0 x 10 mil milhões de metros cúbicos da albufeira do Funcho para a do Arade, de modo a satisfazer as necessidades de rega nos pomares de citrinos» das regiões de Silves, Lagoa e Portimão, onde a «campanha de rega está condicionada a fortes restrições».

Relativamente ao abastecimento público, o INAG diz que a situação de seca tem provocado um aumento do consumo de água.

Os problemas a este respeito afectam apenas 4.300 pessoas em pequenas localidades dos distritos de Alfandega da Fé, Mértola, Moura, Odemira, Almeida, Sabugal e Moimenta da Beira.

O documento acrescenta ainda que a «situação actual é a mais grave desde 1990 e, quando comparada com a de 1981, verifica-se que há uma maior percentagem do território nas classes de seca severa e extrema».

O INAG diz ainda que prevê a continuação da situação climática «sem precipitação significativa nos próximos dez dias, estabilização dos caudais da rede hidrográfica, a manutenção da descida do nível dos aquíferos e a diminuição de forma controlada e normal do volume de água nas albufeiras».
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