Preço cobrado pela PT aos operadores trava oferta da ONI - TVI

Preço cobrado pela PT aos operadores trava oferta da ONI

ONI (logotipo)

A ONI, operadora de telecomunicações, acusa a Portugal Telecom (PT) de travar a empresa no lançamento de uma das campanhas de Natal, devidos aos preços aplicados na oferta grossista (preço cobrado pela PT ao operador por utilização de parte da sua rede) de banda larga residencial, que impedem a ONI de concorrer no segmento.

A ONI exige que a Portugal Telecom reveja em baixa os preços aplicados, já que estão «a empatar não só a nossa rendibilidade, como também a impedir-nos de lançar uma campanha razoavelmente agressiva», referiu hoje o CEO da operadora, Diogo da Silveira, num encontro com os jornalistas.

Diogo da Silveira recordou que a Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM) determinou numa decisão a 14 de Outubro que a PT revisse os preços em causa para entrarem em vigor num prazo de 20 dias, que já se esgotou.» Não nos tendo sido transmitida qualquer alteração à oferta grossista ¿Rede ADSL PT¿ aguarda-se agora intervenção urgente e decidida da Autoridade», referiu o CEO.

A intervenção exigida à ANACOM resulta do facto dos novos operadores no domínio da banda larga estar a ser constrangida por preços elevados e «anomalias diversas» a nível das duas ofertas grossistas da PT, que a suportam, a OLL (acesso ao lacete local) e a Rede ADSL PT.

A ONI enumera alguns exemplos recentes da oferta da PT, que demonstram o seu interesse «pela rede de retalhistas». O custo de acesso grossista residencial na oferta de 512 Kbps da ONI à rede PT, é duas a três vezes superior aos outros acessos. Porém, segundo o CEO, o preço deveria situar-se cerca de três a quatro euros abaixo do valor actual (ou seja, entre 10 a 11 euros, em vez dos actuais 14,25 euros).

Os preços de retalho mais baixos permitiriam «uma maior massificação da banda larga no quadro do objectivo oportunamente traçado pelo Governo», alerta o CEO da operadora.

O preço no pacote 512 da PT é mais elevado do que em outros pacotes da PT, que a ONI não utiliza, pelo que «a ausência de concorrência neste mercado é escandaloso», acrescentou Diogo Silveira.

A PT cobra 0,56 euros por Kbps na sua oferta residencial de 512 Kbps, onde a ONI, sua concorrente, cobra 0,27 euros na mesma oferta empresarial.



Ainda durante o encontro com os jornalistas, o CEO da operadora referiu que a sua empresa paga no total 17,45 euros para ter acesso à rede local da PT e vende a sua oferta a 19,95 euros, «o que significa que à ONI apenas sobram 2,50 euros e a PT está a pressionar claramente para abandonarmos o segmento».
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