Quase 90% das remunerações pagas pelo BCP vão para a administração - TVI

Quase 90% das remunerações pagas pelo BCP vão para a administração

BCP - Milennium

Os administradores do BCP são dos mais bem pagos de Portugal. Actualmente, a soma dos seus salários, juntamente com os «prémios» variáveis, atribuídos em função do desempenho, podem chegar a 10% dos lucros que, em 2005, foram de 753 milhões de euros. No ano anterior, a administração absorveu quase 87% do total pago pelo BCP em remunerações a todos os seus trabalhadores.

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Mas agora o presidente do Millennium bcp, Paulo Teixeira Pinto, quer mexer na política salarial dos órgãos sociais da instituição, nomeadamente, alterando os critérios de fixação da parte variável dos vencimentos dos administradores executivos. Esta parcela, que constitui o grosso da remuneração total, vai passar a ser calculada em função do desempenho global do banco e de uma componente individual, avaliada a cada triénio.

A polémica gerada à volta da remuneração dos gestores do BCP, os mais bem pagos da banca portuguesa, é um tema recorrente. Em 2004, o bolo total foi de 31 milhões de euros, 6,1% dos resultados líquidos, dos quais 27 milhões de euros referentes à parte variável. Os administradores executivos do Millennium receberam no conjunto quase tanto como os lucros do Montepio Geral, que nesse ano ascenderam a 33 milhões de euros, segundo publica hoje o «Público».

De acordo com o Livro Branco sobre a governação das empresas em Portugal, os salários dos executivos das empresas cotadas na bolsa de Lisboa representaram, em 2004, 2,1% dos resultados líquidos, no sector bancário os administradores do BPI receberam 2,6% e os do BES 2,1%. E a componente variável das remunerações dos gestores das cotadas correspondeu em média a 47,4% da remuneração global, percentagem que no BCP foi de 86,4%.

A revisão dos estatutos do banco será debatida na próxima reunião de accionistas, no âmbito da aprovação do novo modelo organizativo do BCP.
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