Rendas de Lisboa desceram 3% em 2005 - TVI

Rendas de Lisboa desceram 3% em 2005

[arquivo] Lisboa

O valor das rendas desceu 3% em Lisboa até Setembro de 2005, em contraciclo com a Europa, onde cresceram em média 3%, revelou hoje a consultora imobiliária Cushman & Wakefield Healey & Baker (CWHB).

De acordo com o relatório «European Marketbeat», hoje divulgado pela CWHB, no final do terceiro trimestre o valor médio anual das rendas de escritórios era de 240 euros por metro quadrado, o terceiro mais baixo da Europa Ocidental, depois de Lyon (188) e Viena (216). O valor médio das rendas industriais era também dos mais baixos na região, 54 euros por metro quadrado, tal como as lojas, 1.140 euros por metro quadrado.

Em Setembro, o valor das rendas era «estável», «com excepção dos escritórios na periferia de Lisboa e apesar da economia e promoção de novos espaços», refere a consultora, que é uma das duas maiores do país. «A procura de escritórios é mais fraca do que o esperado, e apesar do adiamento de alguns projectos, novos espaços estão a aumentar a disponibilidade no mercado», adianta.

Apesar disso, refere, «a procura no investimento está em alta, por parte de agentes nacionais e internacionais». Para a CWHB, a nova lei do arrendamento, promulgada esta semana, terá um impacto maior no investimento do que nos valores das rendas.

O novo regime, considera, «terá um impacto retrospectivo limitado, permitindo uma negociação mais aberta de termos de arrendamento, mas vai ajudar a criar um mercado de investimento mais atractivo».

As taxas de rentabilidade de investimento em Lisboa também recuaram, mantendo-se ainda assim como das mais altas da Europa Ocidental. A capital portuguesa é mesmo a mais rentável nas lojas (6,5% ao ano) e imobiliário industrial (7,5%), e segunda nos centros comerciais (6%) e escritórios (6,5%).

As cidades da Europa «emergente» apresentam taxas de rentabilidade significativamente maiores, com Moscovo a chegar aos 16% no comércio e 12,5% nos centros comerciais. A consultora prevê a continuação da queda das taxas de rentabilidade na Europa, que já estão num mínimo de 25 anos.

O crescimento das rendas na Europa Ocidental deverá acelerar, segundo a CWHB, de 3 para 4% este ano. «O motor do mercado será uma combinação de baixas taxas de juro (apesar do aumento), subida dos custos de construção e materiais, lenta recuperação da actividade económica, continuação da pressão sobre as margens e interesse dos investidores em novos mercados», justifica.
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