Saiba quem ganha com a crise - TVI

Saiba quem ganha com a crise

Saiba quem ganha com a crise

Em altura de apertar o cinto, nem todos os sectores estão a sofrer com a crise. Saiba quais são os negócios que estão a passar ao lado da depressão e quem está mesmo a «encher os bolsos» nestes tempos difíceis.

A prova de que a crise não chega a todos é que alguns ramos de negócio recebem, nesta altura, mais procura que noutros anos de maior prosperidade económica. Mas há também casos em que as empresas aprenderam a dar a volta à situação e conseguem escapar «imunes» às dificuldades que assolam o país.

Um desses sectores é o dos parques de campismo, que sentiram um «boom» de clientes nos fins-de-semana de Julho e Agosto deste ano, relativamente ao mesmo período de 2004. Com menos dinheiro para ir de férias, muitas famílias acabaram por reduzir os seus tempos de descanso a finais de semana. É que o campismo é uma forte alternativa de opção de férias, relativamente a outras modalidades mais caras, como explica o presidente da AECAMP, Manuel Dias, acrescentando esperar que este sector não venha a ser muito afectado pela crise.

No geral, o sentimento do sector é positivo, não se têm notado os efeitos da crise económica, pois os parques de campismo continuam a ser a alternativa aos preços praticados para arrendar casa e ficar em hotéis. Do mesmo modo, o presidente da AECAMP, expressa também um sentimento positivo em relação ao sector de Campismo e da Hotelaria de Ar Livre dizendo que se regista, nesta altura, «um aumento da procura a nível nacional no primeiro semestre do ano em curso, comparativamente ao mesmo período do ano passado».

Os portugueses estão também a procurar as alternativas mais baratas para as saídas mais pequenas, como as idas ao cinema. Por isso mesmo, o aluguer de DVD está a revelar-se, nesta altura, um bom negócio. A Blockbuster, líder no fornecimento global de jogos e vídeo, em contra ciclo com as salas de cinema, considera que o primeiro semestre deste ano «decorreu bem dada a conjuntura macroeconómica, onde o volume de aluguer manteve-se estável, registando valores sensivelmente idênticos a 2004», declarou o administrador da companhia em Portugal, Aldo Florissi.

Igualmente em alta nesta altura está a procura por ginásios e health clubs, o que se fica a dever aos muitos problemas de saúde provocados pelo elevado nível de stress e ansiedade do dia-a-dia, agravados pela crise económica. Prova disso, são os planos de expansão destes clubes e o aumento da facturação das empresas, para o qual também não é alheio o esforço que estes têm vindo a fazer na captação de novos sócios.

«Em períodos de franca crise económica e, consequentemente, menor liquidez por parte do consumidor final, em actividades como a nossa, o reflexo é evidente. Existe um grupo alargado de portugueses para o qual a prática do exercício físico não é ainda essencial e, como tal, não é um bem de primeira necessidade. Desta forma, para as famílias esta despesa mensal fica adiada para mais tarde ou simplesmente torna-se imperioso reduzi-la», admitiu a directora de Marketing do Solplay Family Health Club, Luísa Santa Barbara.

A situação de crise está também a beneficiar o sector das empresas de segurança. É que, quando o dinheiro escasseia no bolso dos portugueses, os pequenos furtos aumentam e os privados tendem a apostar mais neste tipo de sistema de vigilância. As empresas do sector dizem mesmo que a crise não é o seu maior inimigo, e sim o mercado paralelo.

Do mesmo modo, e aproveitando a conjuntura de mercado que lhes é de todo favorável, as petrolíferas têm multiplicado significativamente as suas margens de lucro, assim como as transportadoras de petróleo. Na refinação nalguns casos as margens são hoje cinco vezes superiores às praticadas há dois anos.
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