O agravamento das condições de pastoreio tem prejudicado a produção pecuária e obrigado, para complemento da alimentação animal, ao recurso extraordinário a rações industriais, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).
«O mês de Janeiro caracterizou-se pela continuação do tempo muito seco e frio, com acentuado arrefecimento nocturno e formação de geadas. Na última década verificou-se uma descida das temperaturas para valores consideravelmente abaixo dos normais para a época. A escassa precipitação acumulada até ao final do mês aponta para um cenário de seca severa a extrema», explica.
Este quadro climatérico bastante adverso prejudicou as culturas instaladas, particularmente a produção de matéria verde dos prados, pastagens e culturas forrageiras, agravando significativamente as condições de pastoreio. O recurso a forragens armazenadas, palhas e rações industriais tem sido bastante superior ao normal para a época.
O agravamento das carências alimentares dos últimos meses tem afectado consideravelmente o sector agro-pecuário, condicionando o rendimento da carne e do leite e aumentando os custos de produção devido à aquisição extraordinária de suplementos alimentares.
Os efeitos nefastos da seca fazem-se também sentir fortemente nos cereais de Outono/Inverno, apresentando as searas um mau aspecto vegetativo. A campanha de regadio poderá estar também prejudicada.
Segundo o Instituto de Meteorologia, devido à escassa precipitação o conteúdo de água no solo no final do mês de Janeiro apresentava valores abaixo dos normais para a época. A percentagem de água armazenada nas albufeiras a norte do Tejo era de 48%, sendo de 66% em igual data do ano passado.
Seca severa causa graves prejuízos à agricultura
- Paula Martins
- 18 fev 2005, 11:49
A seca severa, com tendência para seca extrema no sul do país, está a ter efeitos nefastos na agricultura, com especial incidência no sector agro-pecuário.
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