Seca vai causar prejuízos graves à agricultura durante todo o ano - TVI

Seca vai causar prejuízos graves à agricultura durante todo o ano

Seca (Arquivo)

A situação de seca vivida em Portugal, que atinge níveis extremos em grande parte do país, aponta para graves prejuízos na agricultura.

Os efeitos negativos não se reflectem apenas no imediato, mas irão estender-se a todo o ano agrícola.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) caracteriza o mês de Fevereiro pela «persistência de condições climatéricas extraordinariamente anormais para a época. De facto, a escassa precipitação ocorrida durante todo o Inverno conduziu a uma situação de seca extrema em grande parte das regiões do Continente. De registar ainda a ocorrência de temperaturas médias diurnas do ar consideravelmente inferiores aos valores normais para a época, acompanhadas de acentuado arrefecimento nocturno com formação de fortes e consecutivas geadas». Factores que causam «graves prejuízos na agricultura», ao longo de «todo o ano agrícola».

No sector pecuário, «a deterioração das condições de pastoreio e a escassez de reservas forrageiras na maior parte das unidades produtivas, tem obrigado ao consumo extraordinário de rações industriais e à aquisição de palhas fora do mercado nacional a preços muito elevados».

Nas culturas de árvores de Outono/Inverno verifica-se um fraco desenvolvimento, estando as sementeiras mais tardias «irremediavelmente perdidas».

O INE adianta que «as searas que devido ao forte enraizamento têm beneficiado da humidade associada às geadas, poderão, caso as condições climatéricas se alterem, ainda recuperar. Por outro lado, o frio e as geadas provocaram graves prejuízos nos citrinos e nos hortícolas. De referir igualmente que a campanha de Primavera/Verão se encontra cada vez mais comprometida atendendo à escassa disponibilidade de água para rega».

Para se ter uma ideia, e segundo o Instituto de Meteorologia, devido à escassa precipitação, o conteúdo de água no solo no final do mês de Fevereiro apresentava valores abaixo dos normais para a época. Também a percentagem de água armazenada nas albufeiras a norte do Tejo era de 44%, muito abaixo dos 63% que tinha na mesma altura do ano passado.
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