Os efeitos negativos não se reflectem apenas no imediato, mas irão estender-se a todo o ano agrícola.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) caracteriza o mês de Fevereiro pela «persistência de condições climatéricas extraordinariamente anormais para a época. De facto, a escassa precipitação ocorrida durante todo o Inverno conduziu a uma situação de seca extrema em grande parte das regiões do Continente. De registar ainda a ocorrência de temperaturas médias diurnas do ar consideravelmente inferiores aos valores normais para a época, acompanhadas de acentuado arrefecimento nocturno com formação de fortes e consecutivas geadas». Factores que causam «graves prejuízos na agricultura», ao longo de «todo o ano agrícola».
No sector pecuário, «a deterioração das condições de pastoreio e a escassez de reservas forrageiras na maior parte das unidades produtivas, tem obrigado ao consumo extraordinário de rações industriais e à aquisição de palhas fora do mercado nacional a preços muito elevados».
Nas culturas de árvores de Outono/Inverno verifica-se um fraco desenvolvimento, estando as sementeiras mais tardias «irremediavelmente perdidas».
O INE adianta que «as searas que devido ao forte enraizamento têm beneficiado da humidade associada às geadas, poderão, caso as condições climatéricas se alterem, ainda recuperar. Por outro lado, o frio e as geadas provocaram graves prejuízos nos citrinos e nos hortícolas. De referir igualmente que a campanha de Primavera/Verão se encontra cada vez mais comprometida atendendo à escassa disponibilidade de água para rega».
Para se ter uma ideia, e segundo o Instituto de Meteorologia, devido à escassa precipitação, o conteúdo de água no solo no final do mês de Fevereiro apresentava valores abaixo dos normais para a época. Também a percentagem de água armazenada nas albufeiras a norte do Tejo era de 44%, muito abaixo dos 63% que tinha na mesma altura do ano passado.
Seca vai causar prejuízos graves à agricultura durante todo o ano
- Redação
- PGM
- 17 mar 2005, 15:14
A situação de seca vivida em Portugal, que atinge níveis extremos em grande parte do país, aponta para graves prejuízos na agricultura.
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