TGV custa o equivalente a ano e meio de IRS de todos os portugueses

Este mega-projecto, a par com o da Ota, é um dos pontos de que o economista mais discorda no Orçamento do Estado para 2006 (OE2006), embora admita que os projectos, como apresentados por este Governo, são menos megalómanos do que como tinham sido idealizados pelo anterior Executivo.

Para o ex-ministro de Cavaco Silva, «a espinha dorsal do projecto pode ser aproveitada, com algumas alterações». Por exemplo, Miguel Beleza trocaria de bom grado o TGV «por uma ligação ferroviária de mercadorias, como deve ser, a Espanha». Já o projecto da Ota, diz, deveria ser «adiado, sine die».

Diz o economista que «uma linha-férrea de ligação a Espanha faz todo o sentido», mas que «o TGV é um brinquedo um bocado caro». Assim, o ideal será uma linha de velocidade alta (200 km/hora), de preferência que ligue Lisboa a Madrid, na opinião do ex-ministro, muito mais rentável.

Já no que respeita à Ota, o economista não vê vantagens na escolha deste projecto, defendendo que alternativas como «Portela Alverca ou Portela Montijo são infinitamente mais baratas e não afastam Portugal da Europa».

Na mesma conferência, o presidente do Fórum, Luís Mira Amaral, disse também que «o TGV não faz sentido», até porque «o problema é logístico, de ligação intermodal, e não do tempo que demora o trajecto em si».