A crise do crédito vai obrigar o BES em Espanha a orientar mais a sua actuação para os segmentos de negócio da banca privada e banca patrimonial, revelou o administrador executivo do banco, João Freixa.
O crescimento do crédito concedido pelo BES em Espanha, maioritariamente a empresas, «deverá cair este ano para metade do valor de 2007», ou seja, para cerca de 600 milhões de euros, adiantou João Freixa, num encontro terça-feira à noite com jornalistas, em Bordéus.
«A economia em Espanha arrefeceu», com a crise internacional e pelo facto de o seu crescimento estar muito suportado pelo sector imobiliário, e, por isso, «o crédito a empresas está em compasso de espera (...) temos de ser muito selectivos e em 2008 e talvez 2009 o ritmo será menor», explicou.
O BES decidiu, por isso, que o investimento previsto para Espanha este ano, cerca de 25 milhões de euros, será maioritariamente para a abertura e equipamento de balcões e crescimento da equipa, depois de em 2007 ter orientado o investimento, no mesmo valor, para centros de empresas, que são actualmente oito.
«É necessário mais gente para trabalhar nas áreas da banca privada e da banca patrimonial», disse o administrador do BES, adiantando que o banco vai acelerar, nesta vertente, o previsto no Plano Ibéria, desenhado para o período 2007-2010 e apresentado no ano passado.
Abertura focada em zonas chave como Madrid
A abertura de balcões de banca privada e patrimonial será progressiva e concentrada em zonas-chave como Madrid, onde vai passar de um balcão para quatro ou cinco.
Apostará, igualmente, em zonas onde estes balcões não existem, como em Castellon e Logrono, e vai aplicar o modelo de negócio que já tem na capital a Barcelona, Valência, Pais Basco e Valladolid.
A rede de balcões será de 30 a 35 em 2010, contra os 25 actuais, com mais pessoas, sobretudo na equipa comercial, o que fará subir já este ano para 473 o número de colaboradores, estável desde 2006 e que será de 520 em 2010.
Durante este ano, o BES vai também lançar o «Portal Ibérico», através do qual o cliente poderá aceder a um leque vasto de serviços financeiros, desde cobranças a pagamentos, compensação de cheques, transferências, crédito sobre importações no outro país ou, por exemplo, aceder a funcionalidades no outro país sem ter lá conta.
«Deverá entrar em funcionamento no segundo semestre e está a ser desenvolvido de forma a poder ser, futuramente, aplicado a outras áreas geográficas onde o BES esteja presente», revelou João Freixa.
O portal está pensado para servir o cliente ibérico com contas e actividade tanto em Portugal como em Espanha, mas também aquele que tem conta apenas num dos dois.
As acções do banco valorizam 2,09% para 12,29 euros.
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Crise do crédito obriga BES a investir mais na banca privada
- Redação
- LF
- 13 fev 2008, 13:57
![BES](https://img.iol.pt/image/id/7082467/1024.jpg)
Banca privada e patrimonial são novas apostas do banco
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