Sodesa acaba de encerrar instalações em Lisboa - TVI

Sodesa acaba de encerrar instalações em Lisboa

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal

Ribeiro da Silva diz que mercado liberalizado «foi destruído há um ano»

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A marca criada pela Endesa Portugal em parceria com a Sonae para actuar no mercado liberalizado de comercialização de electricidade está por um fio. Ao que a Agência Financeira apurou, as instalações da Sodesa em Lisboa acabam de ser encerradas e ficaram apenas as do Porto, para manter os últimos contratos.

A revelação foi feita à AF pelo presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, que comentava as últimas medidas proposta pelos reguladores ibéricos para promover a concorrência no sector.

Ribeiro da Silva mostrou-se satisfeito com as iniciativas, mas lamenta que venham tarde. «O mercado eléctrico foi destruído há um ano. A Sodesa acaba de encerrar as instalações e equipas em Lisboa e só restam as do Porto, para manter os últimos contratos», afirmou.

No ano passado, o responsável já tinha ameaçado abandonar o mercado liberalizado de electricidade em Portugal por alegadas faltas de condições e chegou mesmo a fazer um «ultimato» ao Governo. Mais recentemente, tinha referido à AF ter perdido 66 por cento das suas vendas por não ter também a produção de electricidade suficiente.

A Sodesa opera no mercado português para clientes empresariais e industriais, mas sempre mostrou interesse em vender energia aos domésticos, que sempre se considerou impossibilitada de o fazer.

Desde 4 de Setembro de 2006 que a Endesa aguardava «condições» para entrar neste segmento. Para Ribeiro da Silva, as tarifas que têm sido impostas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), e até com a intervenção do Governo, não reflectem os custos e estão a gerar um défice muito grande que vai ser suportado no futuro pelos consumidores portugueses.

Recorde-se que ainda esta quinta-feira os reguladores do sector eléctrico em Portugal e Espanha elaboraram uma proposta de definição de operador dominante, que terá de ser aprovada pelos respectivos governos no âmbito do mercado liberalizado (Mibel), com a qual pretendem que estas tenham limitações ao acesso e venda de electricidade.
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