Empresas queixam-se do aumento das despesas com gestão do crédito - TVI

Empresas queixam-se do aumento das despesas com gestão do crédito

O aumento das despesas com a gestão do crédito é uma das principais queixas das empresas portuguesas.

Esta é uma das conclusões do estudo da Intrum Justicia que analisa o comportamento de pagamento.

Segundo a mesma, das empresas portuguesas inquiridas, 69% queixam-se do aumento das despesas com a gestão de crédito. «Os portugueses demoram cada vez mais tempo a pagar, sendo o aumento do custo de vida a principal razão apontada para esta tendência negativa», revela o relatório.

Apenas 3% das companhias questionadas revelam que o prazo de pagamento diminuiu.

Escolher a quem vai pagar

Uma outra queixa das empresas diz respeito ao pagamento selectivo. Ou seja, há indivíduos que apresentam comportamentos diversificados na liquidação das suas facturas, tendo em conta diferentes fornecedores ou prestadores de serviços.

«Um indivíduo poderá pagar a um dos seus fornecedores dentro do prazo, mas, ao mesmo tempo, poderá arrastar o pagamento a um outro fornecedor até ao limite, apesar dos avisos e esforços de pagamento. Não existe, por parte do mesmo indivíduo, um comportamento padrão na liquidação de facturas», adianta.

Segundo o estudo, este comportamento selectivo de pagamento é influenciado principalmente por dois factores: incentivo à compra (alterações na lealdade aos fornecedores) e pelo anonimato (alterações no relacionamento pessoal).

Isso significa, segundo o mesmo, que quanto menor for a necessidade de compra, maior é a tendência para que o pagamento se realize com um maior atraso de dias ou, em alguns casos, não chegue sequer a ser liquidado.

Aumento dos juros prejudica pagamentos

Esta «falha» nos pagamentos é também justificada pelas empresas com o aumento dos juros bancários e com a mudança geral negativa nos valores da sociedade.

Estes resultados são ainda piores, de acordo com a Intrum Justicia, quando comparados com os restantes países europeus: 41% das empresas europeias registaram um crescimento das despesas com a gestão de crédito e apenas 9% indicam que se verificou um decréscimo face ao ano de 2004.

Os países onde se fala alemão (Alemanha, Suíça e Áustria) apresentaram os desenvolvimentos mais negativos (53% aumentou e 7% decresceu).

Por outro lado, a região do Báltico (Estónia, Letónia e Lituânia) foi a única que demonstrou estabilidade e consequentemente o desenvolvimento mais positivo (20% cresceu e 19% decresceu).
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