Moody's aumenta avaliação de risco de crédito do BPN

A agência de notação financeira Moody's reviu esta quarta-feira em alta o risco de crédito do Banco Português de Negócios, baixando de Baa1 para Baa3 o «rating» da instituição.

Segundo uma nota da Moody's, esta revisão reflecte a elevada concentração do risco de crédito do BPN, nomeadamente na área da construção e imobiliário, avança a «Lusa».

A revisão reflecte também, segundo o banco, a «qualidade modesta dos activos» da instituição e as regras de governação dentro do banco, com a ausência de administradores independentes, por exemplo.

A agência de «rating» refere que o BPN tem alguns investimentos, como os CDO (obrigações de dívida colaterizada) e outros, cujo valor de mercado tem vindo a cair fortemente, limitando os «já baixos níveis de capitalização» da instituição.

Além disso, o corte do «rating» reflecte o perfil de risco e a gestão do BPN, que não apresenta um sistema de informação e gestão de risco compatível com a sua dimensão, estrutura e perfil, segundo a agência.

A Moody's chama ainda a atenção para a «fraca capitalização» da Sociedade Lusa de Negócios, holding que controla o BPN, referindo que tal vulnerabilidade tem consequências na capacidade do banco cumprir as suas obrigações junto de credores.

A agência nota que o BPN terá em breve uma nova liderança, que como a agência Lusa já noticiou deverá ser assumida em breve por Miguel Cadilhe, antigo administrador do BCP e ex-ministro das Finanças, após quatro meses em que essa liderança pertenceu ao presidente interino Abdool Vakil, depois da saída de Oliveira e Costa.

A Moody's mantém a perspectiva negativa para a evolução do risco de crédito do BPN, já que a data para o aumento de capital continua a ser incerta, que as perdas em activos na carteira do banco podem ser maiores do que o esperado e podem surgir antes do previsto e que a «agitação na gestão de topo» pode prejudicar a instituição.