BES tranquilo adia eventual revisão de metas

O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, quer continuar a trabalhar com as metas estabelecidas para 2010, antes da crise financeira rebentar.

Ricardo Salgado diz que «é difícil alterar objectivos, sem conhecer o que está ainda para vir», numa alusão à crise actual. Por isso, os actuais «mantêm-se em aberto».

O presidente mostra-se, ainda assim, optimista, ao recordar que o BES «leva um ano de avanço» face aos objectivos estabelecidos até 2010. entre Janeiro e Setembro de 2008, o core tier I do BES atingiu os 5,5%.

Core Tier I de 6% é para atingir

«No exercício seguinte poderá haver alterações, mas é muito cedo. Continuamos a trabalhar com os que temos», afirmou, sublinhando, no entanto, que a meta de atingir um rácio core Tier I de 6% mantém-se.

No final de Julho, quando ainda apenas se falava em «subprime» nos EUA e nada fazia antever o descalabro financeiro que se instalou, o presidente do BES afirmava que não equacionava rever as metas antes do primeiro semestre de 2009.

Recorde-se que o banco estabeleceu como metas estratégicas um aumento médio anual do resultado liquido em 20%, entre 2006 e 2010, o que quer dizer que esperam atingir lucros de 850 milhões nessa altura. O ROE deverá ser de 19%, o cost-to-income deverá reduzir-se para um nível inferior a 45% até 2010, bem como um rácio Core Tier1 de 6% e uma quota de mercado de 22% também nessa altura.

Esta quarta-feira, o BES anunciou lucros 334,8 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, menos 31,4% comparativamente a igual período no ano passado.

As acções do BES fecharam a ganhar 3,97% para os 7,59 euros.