BPN: relatos de Oliveira e Costa eram de um «one man show» - TVI

BPN: relatos de Oliveira e Costa eram de um «one man show»

  • Rui Pedro Vieira
  • 2 abr 2009, 19:14
BPN: Buraco financeiro atinge quase o dobro do previsto

Rui Machete diz que informações recolhidas sobre gestão do ex-presidente do banco «deixavam as pessoas estarrecidas»

Relacionados
O ex-presidente do Conselho Superior da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) disse esta quinta-feira no Parlamento que conheceu o ex-presidente do BPN, José Oliveira e Costa, da política, dos tempos em que este era secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

No entanto, Rui Machete explicou aos deputados, no âmbito do inquérito ao caso BPN, que, apesar das qualidades demonstradas por Oliveira e Costa, os seus relatos sobre o banco assentavam num one man show.

«Não apreciámos as razões como as coisas se desenrolavam», disse Rui Machete. O ex-presidente do Conselho Superior da SLN disse ainda que Oliveira e Costa foi afastado da presidência da instituição porque já havia indícios de ocorrências de legalidade duvidosa, através de uma análise interna.

«Este modo de (Oliveira e Costa) gerir o banco e a SLN levavam as pessoas a algum descontentamento e revelava que este tipo de gestão não era eficaz ou era, pelo menos, insuficiente», acrescentou.

Duas preocupações que dividiam

Por essa razão, quando Abdool Vakil assumiu a presidência do banco depois da saída de Oliveira e Costa, tinha duas preocupações que, segundo Rui Machete, «o dividiam»: por um lado, «tinha uma grande preocupação em informar o Banco de Portugal», por outro «as informações recolhidas pelo Conselho Superior deixavam as pessoas estarrecidas por poderem ser muito mais graves do que se esperava» a nível legal.

Rui Machete explicou ainda que o Conselho Superior é um «órgão meramente consultivo, que não pode ser confundido com um órgão de supervisão» e reconheceu que «quem tem conhecimentos graves» de que pode haver crimes, «deve comunicá-los».

O mesmo responsável disse aos deputados que nunca suspeitou que a situação do banco apresentava a dimensão que se veio a descobrir em 2008.
Continue a ler esta notícia

Relacionados