Europa «está a ficar para trás» na velocidade da Internet

A Europa «está a ficar para trás» no que diz respeito à procura de rede (de Internet) de alta velocidade por parte dos consumidores a nível mundial.

O diagnóstico foi proferido pelo administrador da Telefónica, António Viana Baptista, que considera que este mercado está a perder terreno para o Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul.

«A ideia de que as redes não vão ser suficientes para o tráfico (de Internet) não é um problema de amanhã, mas um problema de hoje», disse durante a primeira conferência do 17º Congresso das Comunicações que a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) promove até quinta-feira no Estoril.

Para António Viana Baptista, a diferença entre ter ou não rede de alta velocidade será, dentro em pouco tempo, «como ter Internet ou não nos dias de hoje».

«Não conheço nenhum outro sector da economia que vá investir 100 mil milhões de euros nos próximos quatro anos», disse o administrador da Telefónica para evidenciar a importância da questão e referindo-se aos valores previstos para a América Latina. Sublinhe-se ainda que o valor estimado não inclui as redes de quarta geração móvel, mas somente as redes de nova geração.

Reguladores têm de preparar indústria

Segundo António Viana Baptista, a responsabilidade para resolver este atraso passa também por uma maior intervenção dos reguladores das telecomunicações europeus, «que estão mais centrados nos preços mais baratos para os consumidores e menos com a preparação da indústria em ter capacidade para este aumento de mercado».

Neste sentido, o porta-voz da Telefónica presente no congresso da APDC deixou um aviso: «a regulação tem de ter em vista o tipo de investimento que vai ser necessário» para colmatar o atraso europeu.