Pires de Lima diz que economia portuguesa já está em recessão - TVI

Pires de Lima diz que economia portuguesa já está em recessão

Pires de Lima - Unicer

Mercado de emprego vai ser contaminado e a taxa de desemprego vai aumentar em 2009

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O presidente da Unicer afirmou esta terça-feira que a economia portuguesa «já está a viver um período de recessão» que levará a um aumento do desemprego em 2009, apesar de considerar positivas as medidas tomadas pelo ministério das Finanças.

«Acho que já estamos a viver um período de recessão, embora tecnicamente só se diga que há recessão quando há dois trimestres consecutivos com crescimento negativo», afirmou António Pires de Lima à margem da conferência «O Papel da Indústria no Futuro de Portugal», no Porto, avança a «Lusa»

Para o empresário e presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, a recessão «vai acabar por contaminar o mercado de emprego» e, «provavelmente, a taxa de desemprego durante o ano 2009 vai subir».

Já se reflecte no consumo

De acordo com Pires de Lima, o recuo do consumo já se fez notar nas vendas da Unicer e «em mercados tão básicos como o da água engarrafada e da cerveja, nomeadamente no consumo fora de casa».

«Isto é um sintoma de uma crise mais geral que acho que vai acabar por afectar de forma significativa a economia português», sustentou.

Questionado pelos jornalistas sobre a resposta do Governo à crise internacional, o empresário considerou que o ministério das Finanças «actuou atempadamente e de forma bastante assertiva para que não se instalasse uma crise de confiança no mercado financeiro».

«Acho (que o Governo português) tem estado particularmente bem, até por contraste com outros governos em outros países europeus», disse.

Aplaude regularização das dívidas

Para Pires de Lima também é positivo o anúncio da regularização das dívidas do Estado às empresas.

«(O Governo) não faz mais do que a sua obrigação, mas há muitas décadas que isso não acontecia», afirmou, considerando que «era importante complementar esta relação de maior equidade e justiça entre o Estado e as empresas a nível fiscal».

É que, salientou, nesta área «as empresas continuam a sentir uma enorme pressão fiscal e, muitas vezes, uma certa perseguição fiscal», com a administração «a fazer um esforço enorme para cobrar receitas mesmo quando não lhe são devidas».

«Pergunto-me como as pequenas e médias empresas sobrevivem numa economia em recessão, com uma máquina fiscal que pressiona tanto e com uma burocracia administrativa tão penalizante», disse, defendendo que «na área da desburocratização e na área fiscal há coisas importantes ainda a fazer».
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