Ferreira Leite diz que empresários lhe dão razão

A presidente do PSD esteve esta terça-feira reunida com doze empresários e no final do encontro disse que estes deram razão ao que tem defendido e confirmaram a ineficácia que tem apontado às medidas do Governo, avança a Lusa.

«Muitos anúncios, mas pouca acção»

«Patrões» rejeitam desespero entre empresários

Em declarações aos jornalistas, na sede do PSD, Manuela Ferreira Leite relatou que os empresários foram «unânimes em considerar que as medidas que têm sido tomadas neste combate à crise são medidas imensas, algumas até boas na intenção, está fora de causa, mas não estão a chegar ao campo; as pessoas, as empresas não estão a sentir».

Medidas que cheguem às empresas

«O que eles desejam é um conjunto de medidas absolutamente correspondentes àquelas que nós propusemos, que são medidas no sentido de resolver os seus problemas de tesouraria, que imediatamente cheguem à situação financeira das empresas», acrescentou Manuela Ferreira Leite, considerando que «há um grande consenso entre os empresários e a posição que tem sido tomada pelo PSD».

Desemprego: aumento é «irremediável»

Sócrates «animado» com taxa de desemprego

«A reunião foi muito elucidativa para justificar e comprovar o que temos andado a dizer há muito tempo, foi a confirmação do que temos dito: é preciso haver medidas no sentido de resolver no imediato os problemas, de actuar no imediato e não medidas que virão a ter efeito, se tiverem, sabe Deus daqui a quanto tempo».

A presidente do PSD, que na quarta-feira vai apresentar um programa centrado nas pequenas e médias empresas, salientou que as propostas defendidas pela sua direcção «não são medidas focalizadas, para determinado tipo de empresas, são medidas generalizadas a todas as empresas».

«Deixem as empresas trabalhar»

Por sua vez, Peter Villax, da farmacêutica Hovione, porta-voz do grupo de empresários que se reuniu com Manuela Ferreira Leite, pediu que «deixem as empresas trabalhar», dizendo que «vivem asfixiadas debaixo de imensa burocracia» e que por isso «não compensa ir buscar os benefícios a que têm direito».

Petter Villax adiantou que os empresários manifestaram à presidente do PSD «uma rejeição absoluta do proteccionismo» e «da estatização da economia», pediram «políticos com credibilidade» e contestaram um discurso de divisão entre «ricos, médios e pobres».

«Recentemente houve um discurso fracturante em relação a ricos, médios e pobres que nós rejeitamos completamente. O país vai atravessar um momento social difícil. É preciso unir a sociedade e não dividi-la», defendeu.

Questionado se consideram que a presidente do PSD é um exemplo de um político credível, o empresário respondeu: «Achamos que a doutora Manuela Ferreira Leite tem essa credibilidade». Peter Villax não quis emitir opinião sobre a credibilidade do primeiro-ministro invocando o facto de estar na sede do PSD.