Santana Lopes quer deslocar ministérios para outras zonas do país - TVI

Santana Lopes quer deslocar ministérios para outras zonas do país

Santana Lopes

O líder social-democrata, Pedro Santana Lopes, admitiu hoje alterar o número de Ministérios e secretarias de Estado do governo que irá formar, e deslocar alguns de Lisboa para outras zonas do país.

Em entrevista à SIC, na residência oficial em Monsanto, no dia em que o PSD designou Santana Lopes para primeiro-ministro, o ainda presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que irá discutir esta questão com o Presidente da República.

Segunda-feira à tarde, Santana Lopes tem uma audiência com o Presidente da República, Jorge Sampaio, na qual este o convidará formalmente a formar governo, e deverá ser nesse encontro discutida a composição do futuro governo.

No início da entrevista, o líder social-democrata disse que se vai "empenhar para demonstrar aos [portugueses] que têm reservas [em relação a si], que não tinham fundamento".

O líder social-democrata falou em "continuidade nos eixos fundamentais" do governo que irá formar, mas salientou querer um "governo do século XXI".

As novas tecnologias e a inovação devem ser áreas prioritárias, segundo o líder do PSD, nomeadamente em termos de apoios financeiros.

"Sobre os Ministérios, quero falar primeiro com o Presidente da República. Mas, posso dizer, talvez reduza o número de pessoas no governo. Talvez menos Secretários de Estado e mais ministérios", considerou.

Santana Lopes anunciou pretender ir buscar pessoas para o governo de outros locais do país, que não Lisboa, frisando que o seu critério será o da qualidade.

"Há qualidade em todas as partes do país. Irei convidar pessoas pelos seus currículos e grau de preparação. Também será muito importante a sua experiência da vida real, e não só a teórica", frisou.

O líder social-democrata defendeu ser "natural" que "vários" gestores sejam chamados para integrar o governo, mas ressalvou que é "difícil" ir buscar gestores privados devido ao seu estatuto (salários).

Sobre a localização dos ministérios, o líder social-democrata questionou a razão de a Secretaria de Estado do Turismo estar em Lisboa, defendendo que deveria estar "por exemplo em Faro".

Santana Lopes também disse que o Ministério da Agricultura poderia ser transferido para Santarém, nomeadamente, e o da Economia para o Porto.

Sobre a divisão de pastas no governo entre o CDS/PP e o PSD, ressalvou que só hoje foi designado pela comissão política do partido para o cargo de primeiro-ministro e, por isso, só agora vai reunir com o líder do CDS/PP para discutir o assunto.

"Confio em Paulo Portas, como líder do CDS/PP. Teve um comportamento impecável connosco [PSD]. A relação de forças entre os dois partidos [da coligação] vai ser a mesma, o que não significa que a distribuição das pastas seja a mesma", defendeu.

Questionado sobre a possibilidade de o líder do CDS/PP, Paulo Portas, ser promovido a vice-primeiro-ministro, referiu: "Não sei ainda, é fundamental a conversa com o Presidente da República".

Também esta conversa foi o motivo alegado por Santana Lopes para se escusar a confirmar se pretende separar, dentro do mesmo ministério, o Ambiente do Ordenamento do Território.

O Presidente da República, no discurso que fez Sexta-feira, em que revelou ao país que não iria convocar eleições antecipadas, enumerou quatro áreas às quais irá estar particularmente atento e onde exigirá continuidade: finanças, política externa, justiça e defesa.

Sobre estas declarações de Jorge Sampaio, Santana Lopes disse que, se a atenção do chefe de Estado for maior do que a que teve com os anteriores detentores do mesmo título - Durão Barroso ou António Guterres -, a toma como "um estímulo".

"Só terei a ganhar com a sua [do Presidente da República] palavra sábia. O presidente, ao dizer isso, quis transmitir o seguinte princípio: este governo que eu vou dirigir será o continuador das políticas do governo anterior", afirmou.

Quanto aos salários dos funcionários públicos, Santana Lopes referiu que, antes de proceder a qualquer alteração, tem de conhecer as receitas e despesas públicas.
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