Bispo da Guarda apela à «despolitização» do aborto - TVI

Bispo da Guarda apela à «despolitização» do aborto

  • Portugal Diário
  • 7 jan 2007, 22:42

«Só desta forma tema pode ser tratado com objectividade», argumenta

O bispo da Guarda defendeu este domingo a «despolitização» da questão do aborto, argumentando que só desta forma o tema poderá ser tratado com «objectividade», noticia a agência Lusa.

D. Manuel da Rocha Felício falava na Sé Catedral, na homilia da missa dominical das 18:30, onde proferiu a terceira de um total de quatro catequeses específicas sobre a questão do aborto, cuja despenalização até às 10 semanas será referendada a 11 Fevereiro.

«Entendemos ainda que os factos da nossa vida pública estejam a dizer o contrário, que é preciso despolitizar este problema, no sentido de que não se pode ser a favor ou contra o aborto, só porque se pertence a determinado partido político», disse o prelado na sua intervenção.

«Com essa despolitização, a discussão pública e o esclarecimento das consciências ganharão, certamente, em objectividade», defendeu.

Para o bispo «a defesa da vida é um valor supra- partidário, na medida em que deve inspirar todas e qualquer uma das políticas partidárias que, por natureza, têm de estar ao serviço do homem e da sociedade».

«Pelo contrário, é indigno da maturidade política de um povo que alguém seja a favor da legalização do aborto só porque essa é a orientação do seu partido ou do partido da sua preferência», disse D. Manuel da Rocha Felício.

Na sua homilia lançou também um apelo a todos os representantes politico-partidários «para que saibam honrar o mandato que lhes foi confiado para defenderem os interesses e os direitos de todos os cidadãos, o primeiro dos quais é o direito à vida, desde o embrião à morte natural».

O bispo da Guarda salientou ainda que «a vida é o maior bem que existe à face da terra, merece e exige que se lhe dispensem os maiores cuidados, a maior atenção, a maior protecção».

«Sendo a vida o máximo esplendor de bem, a máxima sublimidade de tudo o que habita à superfície da terra, temos o direito a esperar uma única atitude na qual se empenhem todos os cidadãos, todas as instituições sociais, incluindo os partidos políticos, e o próprio Estado, como tal e enquanto pessoa de bem», vincou o prelado.

A próxima e última catequese específica sobre a temática do aborto será proferida na Sé Catedral da Guarda no próximo dia 14.
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