BES admite que Telefónica saia da Vivo - TVI

BES admite que Telefónica saia da Vivo

Ricardo Salgado considera OPA da Sonae barata

A Telefónica pode deixar de ser parceira da PT no Brasil, mesmo que a OPA da Sonaecom falhe, admitiu esta quarta-feira o presidente do BES, que insiste, contudo, em que a operadora portuguesa se mantenha naquele mercado em qualquer cenário.

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A presença no Brasil e outras parcerias na expansão internacional são alguns dos pontos dissonantes entre o segundo maior accionista da Portugal Telecom (PT) e a estratégia que Belmiro de Azevedo propõe para a empresa, caso tenha sucesso na Oferta Pública de Aquisição (OPA).

O presidente da Comissão Executiva do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, não acredita no sucesso da OPA, mas admite, ainda assim, consequências, incluindo no futuro da parceria que a empresa tem com a Telefónica no Brasil e o já falado spin-off (separação) da PT Multimédia, cita a «Lusa».

«A PT deve ficar no Brasil, seja ou não com a Vivo (...) e ainda que tenha de procurar outra fórmula», sustenta Ricardo Salgado, numa conversa com jornalistas a poucas semanas da realização da assembleia geral da PT que pode ser decisiva para o processo.

A Telefónica, recorde-se, já mostrou interesse em ficar sozinha com a brasileira Vivo, uma possibilidade reforçada depois de Belmiro de Azevedo ter apontado a operadora brasileira como exemplo de estratégia errada, porque as operadoras portuguesa e espanhola dividem o controlo e porque a tecnologia era diferente da utilizada em Portugal.

Mas o segundo maior accionista da PT vê também a possibilidade de ser a empresa portuguesa a ficar com o negócio.

Um cenário equacionado por Ricardo Salgado é, caso a Telefonica consiga tomar uma participação significativa no capital da italiana TIM, (esta semana surgiram informações sobre esta intenção) e atendendo à presença que esta também tem no Brasil, o regulador brasileiro não autorizar a empresa espanhola a estar nas duas operadoras.

«Não é de excluir que, neste caso hipotético, a PT possa ficar com a Vivo», defende Ricardo Salgado, recordando que a empresa que detém a marca Vivo, a Telesp, está cotada em bolsa e pode, caso seja necessário, recorrer a uma maior dispersão de capital.

Falando sempre na PT como empresa autónoma, ou seja sem acreditar na possibilidade de sucesso da OPA e posterior fusão com a Sonaecom, o segundo maior accionista da empresa diz que o percurso da empresa foi, talvez, acelerado pela própria evolução do sector das telecomunicações, mas agora está num momento e com uma equipa de gestão que lhe permitem fazer o seu percurso ao ritmo certo.

Ricardo Salgado voltou a sublinhar que o preço, de 9,5 euros por acção, oferecido pela Sonaecom é baixo e acredita que, tal como o BES, os investidores institucionais, sejam estrangeiros ou nacionais, não venderão a este preço.

Até porque a acção tem estado acima e depois da OPA já foi transaccionado mais de 50 por cento do capital disperso, o que significa que compraram acima do valor oferecido. Ricardo Salgado adiantou também que o spin-off da PT Multimédia vai beneficiar os accionistas da Portugal Telecom e isso evitará que o preços dos títulos PT caia.

O responsável admite que o BES continue como accionista das duas empresas depois do spin-off.
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