Crédito pode ficar mais caro para as famílias este ano

O alerta está feito. O crédito poderá ficar mais caro para as famílias já em 2009, se os ratings dos bancos forem cortados, uma possibilidade que foi já sinalizada pela Standard & Poors (S&P).

A agência de rating poderá ser motivada a cortar o rating do BPI, BCP e BES, ainda este ano, se considerar que os mesmos estão com maiores dificuldades em pagar as respectivas dívidas. E aqui surgem os problemas para as famílias: quanto menor for o rating maior será o custo dos bancos para se financiarem.

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«Se [os bancos] compram mais caro, as pessoas também vão acabar por pagar mais, porque os bancos acabam por repercutir esse aumento. Se assim for, as famílias podem esperar más notícias porque vão ter o crédito mais caro», disse um analista, que não quis ser identificado, à Agência Financeira.

Efeitos não são imediatos

No entanto, para já, «não haverá efeitos directos para os consumidores», disse o analista da Lisbon Brokers, John dos Santos. Isto porque apesar de ter anunciado que procedeu a uma revisão no Outlook do BES e do BPI de «Estável» para «Negativo», a S&P reafirmou os respectivos ratings de curto (A-1) e de longo prazo (A).

Veja o que diz o BES

Veja a reacção do BPI

«Esta nota da S&P vem provar que a situação económica é difícil. O mercado de crédito ainda não está a funcionar. Mas os ratings foram reafirmados, por isso, em termos económicos não haverá um grande impacto», acrescentou John dos Santos à AF, lembrando ainda que para ultrapassar esta situação é essencial «um sinal de retoma e confiança».

Já o analista da Caixa BI, André Rodrigues, revelou à AF que «apesar desta medida reflectir a possibilidade de um downgrade no rating dos bancos portugueses durante o ano de 2009, por outro lado, a S&P poderá rever o Outlook novamente para «estável», isto se o BES e o BPI «mostrarem capacidade».

O que é certo é que este aviso da Standard & Poors «poderá implicar uma deterioração no respectivo perfil de risco e uma maior dificuldade no acesso ao financiamento nos mercados internacionais com impacto no respectivo custo», rematou André Rodrigues.

Esse custo poderá posteriormente reflectir-se no cliente do banco que acabará por pagar mais caro o crédito.