Tuberculose «não é doença de pobres» - TVI

Tuberculose «não é doença de pobres»

  • Portugal Diário
  • 28 mai 2007, 22:53

Alerta comissário do secretário-geral da ONU, Jorge Sampaio

O comissário do secretário-geral da ONU para a Erradicação da Tuberculose, Jorge Sampaio, alertou esta segunda-feira que a Tuberculose «não é apenas a doença da pobreza, pelo que todos devem estar vigilantes», escreve a Lusa.

Falando aos jornalistas à margem da conferência «Sida e Tuberculose», organizada pela Associação Académica da Universidade de Aveiro, Jorge Sampaio salientou que «é uma doença que os portugueses devem ter em conta e que não está erradicada, como alguns pensam».

«Aparecem estirpes novas e é uma doença que existe, contagia mas é curável», afirmou, reconhecendo progressos nos últimos dois anos em Portugal mas advertindo que o número de casos está ainda acima da média europeia.

Lembrando que a Tuberculose mata em África cerca de cinco mil pessoas por dia, o comissário do secretário-geral da ONU para a Erradicação da Tuberculose, sublinhou que mesmo onde há melhores condições de vida, esta doença pode afectar as pessoas.

«É a doença da pobreza e da exclusão, sem dúvida, mas não quer dizer que as outras pessoas não a possam apanhar porque é contagiosa e não devemos deixar de estar vigilantes», alertou.

O coordenador nacional para a Infecção VIH/Sida, Henrique Barros, instado a pronunciar-se sobre o aumento dos casos de SIDA em idosos considerou tratar-se de «uma boa notícia», concluindo que, não tendo sido possível evitar a sua infecção quando eram mais novos, conseguiu-se que resistissem.

«Embora a sexualidade das pessoas dure até ao fim da vida, não se verifica que aumentem as pessoas infectadas nessa idade e a realidade é que a SIDA continua a ser uma doença de adolescentes e adultos jovens», disse.

Henrique Barros defendeu ainda que as consultas de planeamento familiar «devem ser acarinhadas», comentando um estudo da DECO que aponta para que mais de metade dos jovens que tenta recorrer a essas consultas não tem acesso a elas.

«O planeamento familiar é parte essencial da educação para a saúde e para a sexualidade, não só para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, como também a gravidez indesejada. Os jovens que procuram essas consultas já são menos do que os que deviam, porque muitos adolescentes não têm sequer esse impulso, pelo que os serviços de saúde devem-nos acolher», comentou.
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