Maus tratos: mãe em prisão preventiva - TVI

Maus tratos: mãe em prisão preventiva

Multidão apupou mãe de Sara à porta do tribunal (Estela Silva/Lusa)

Ana Isabel foi indiciada pela morte da bebé de dois anos

A mãe da pequena Sara, a menina de dois anos que morreu na quarta-feira, em Monção, vai aguardar o decurso do processo em prisão preventiva, soube o PortugalDiário, junto de fonte judicial.

A suspeita entrou no tribunal por volta das 11 da manhã e foi ouvida pelo Ministério Público e pelo juiz até perto das 16 horas.

No final, o juiz decidiu aplicar a mais pesada das medidas de coacção.

Recorde-se que, de acordo com a imprensa desta sexta-feira, a mãe da menina terá admitido ontem, durante o interrogatório da PJ, que agrediu a menor nos dias que antecederam a sua morte.

Ana Isabel Oliveira, de 24 anos, terá ressalvado, no entanto, que não teve a intenção de matar a criança. Além disso, não avançou os motivos do crime.

As agressões, alegadamente a murro e pontapé, terão ocorrido na noite de segunda-feira e na manhã de terça-feira. Quando, na quarta-feira de manhã, a mãe levou a pequena Sara ao Centro de Saúde de Monção a menina apresentava um quadro clínico de paragem cardio-respiratória, tendo acabado por falecer.

Ana Isabel Oliveira foi detida, ontem, após quatro horas de interrogatório da PJ, nas instalações do jardim de infância da Santa Casa da Misericórdia.

O pai da menina também foi ouvido mas não ficou detido e deverá acompanhar as cerimónias fúnebres da menina, esta sexta-feira.

Autópsia indicia maus tratos

Recorde-se que, tal como o PortugalDiário avançou na quinta-feira, citando fonte do Instituto de Medicina Legal, a autópsia ao corpo da menor evidenciou «lesões traumáticas significativas no crâneo, tórax e no abdomén» e que «foram inequivocamente responsáveis pela sua morte».

O exame ao cadáver da menina, realizado no Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, evidenciou ainda «várias lesões mais antigas» que sustentam a tese dos maus tratos infligidos à menor.

Seguem-se, agora, os exames complementares de rotina e uma fase «fundamental» que consistirá na «confrontação entre as lesões observadas e as informações fornecidas pelos progenitores».

Apesar de os primeiros resultados darem credibilidade às suspeitas de maus tratos, a fonte do IML acrescenta «que primeiro é preciso confrontar os resultados médicos com os elementos recolhidos pela PJ, nomeadamente, o tipo de escadas em que a menor terá caído».

Refira-se que na primeira versão da progenitora, a morte de Sara ter-se-á ficado a dever a duas quedas que a menor deu nas escadas da casa, em Monção.

Ao contrário de Sara, os três irmãos (cinco, quatro e uma no e meio) nunca evidenciaram sinais de maus tratos.
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