Obesidade é «epidemia global» - TVI

Obesidade é «epidemia global»

  • Portugal Diário
  • 4 mar 2007, 17:27

Doença afecta cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo

A obesidade é uma «epidemia global» que pode destruir os sistemas de saúde pública, defendeu um especialista espanhol no âmbito das Conferências sobre «Novas Patologias», que decorrem em Lisboa.

Professor de Medicina da Faculdade de Santiago de Compostela (Espanha), Felipe Casanueva afirmou durante a conferência «Obesidade: O Grande Desafio» que esta condição «afecta cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo e representa um dos mais graves problemas de saúde pública».

A obesidade «tem finalmente de ser percebida como um problema gravíssimo, que num futuro próximo pode vir a destruir o sistema de saúde pública», sublinhou.

Segundo o especialista, o aumento drástico da obesidade na população mundial, especialmente em jovens e crianças, «deve-se as mudanças sócio-económicas» registadas nas últimas décadas.

«O aumento da obesidade resulta de uma redução dramática na actividade física, da ingestão exagerada de alimentos e bebidas altamente energéticos», ou seja, «de mudanças nos comportamentos alimentares e estilos de vida», afirmou o especialista espanhol.

Segundo o investigador, «o fenómeno - generalizado na Europa e no mundo - tende a agravar-se», sendo que em Espanha mais de metade da população (cerca de 53 por cento das pessoas) «sofre de excesso de peso».

«A obesidade deve ser considerada uma epidemia global», frisou Filipe Casanueva, acrescentando que «dados recentes demonstram que na maioria dos estados norte-americanos, uma em cada quatro pessoas sofre de obesidade».

Na Europa, acrescentou, «morrem semanalmente cerca de 1.000 pessoas devido a doenças ligadas à obesidade».

«A obesidade não é simplesmente um problema cosmético, é um risco grave para a saúde, porque se encontra claramente associada a doenças cardiovasculares, à diabetes, à hipertensão, a doenças pulmonares e cancerígenas», frisou.

Este problema é, segundo Casanueva, agravado através dos «resultados desanimadores das terapêuticas» destinadas aos obesos e à «deficiência dos medicamentos».

«Para mais de 90 por cento das pessoas com obesidade, o exercício físico, as dietas, as mudanças nos hábitos de vida e os medicamentos existentes não são eficazes» disse.

«Tudo isto demonstra o pouco conhecimento que temos acerca dos mecanismos complexos que controlam a ingestão de alimentos no organismo», afirmou o espanhol.

Para este especialista, «a única forma» de controlar a futura epidemia da obesidade «passa por compreender os mecanismos básicos que regulam a ingestão de alimentos» no organismo, nomeadamente através do desenvolvimento de substâncias que controlem a hormona que estimula o apetite.
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