Mais Internet está a forçar deslocalização de «datacenters» - TVI

Mais Internet está a forçar deslocalização de «datacenters»

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Centros de armazenamento de dados estão a ir para países frios e seguros

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O mar, as margens dos rios e zonas frias, como a Islândia e a Sibéria, são algumas das possíveis novas localizações de «datacenters» (centros de armazenamento de dados informáticos) num futuro não muito longínquo, diz a agência Lusa.

O crescimento exponencial da Internet está a forçar a construção e manutenção de cada vez mais servidores, fazendo crescer proporcionalmente as necessidades de armazenamento de dados em locais seguros e a temperaturas muito baixas.

Aproveitamento as condições climatéricas, uma enorme infra-estrutura está a ser planeada para a Islândia e a Sibéria poderá ser o local dos novos «datacenters» da Microsoft.

«Notam-se algumas tendências no sentido da procura de soluções energeticamente mais favoráveis», disse à agência Lusa Carlos Paulino, director da Televent Portugal, empresa proprietária do maior «datacenter» em território português, um edifício de 5.300 metros quadrados no Prior Velho, Loures.

António Ferreira, administrador delegado da Claranet Portugal, disse à Lusa que as hipóteses de instalação de «datacenters» no mar e em países de clima frio «é uma moda», mas apenas em discussões teóricas, não constituindo ainda uma tendência de mercado.

«Os locais distantes dificultam muito a ligação entre servidores. Aquilo que procuramos é ter os datacenters mais próximos dos clientes», salientou, acrescentando que, para controlar custos, tem sido privilegiado «o recurso a tecnologias de virtualização e a equipamentos optimizados».

Atentos aos custos da energia

António Ferreira destacou a evolução verificada no sector, resultante da automatização, da redução de custos de largura de banda e do aumento dos preços da energia: «Há 10 anos esta indústria não valorizava os custos de energia. Agora sim. A energia já representa cerca de 50% dos custos».

No mesmo sentido, José Oliveira, administrador da CGest, afirmou que a energia já representa «40 a 50% do orçamento» da empresa, prevendo-se um aumento no futuro para «60 a 70% dos custos».

José Oliveira realçou que a procura de localizações menos convencionais nem sempre está associada aos custos energéticos, mas sim à fuga a legislações restritivas de algumas actividades na Internet.

«Existe um datacenter numa antiga plataforma petrolífera ao largo da Inglaterra, mas é para fugir às jurisdições nacionais», exemplificou José Oliveira, ironizando que a escolha do mar «é por causa de `refrigeração` legal».

Gibraltar, por ter uma legislação «mais suave», é outro local que tem sido escolhido para a instalação de «datacenters», referiu.
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