Roupa KM nasceu na Cova da Moura - TVI

Roupa KM nasceu na Cova da Moura

  • Portugal Diário
  • Célia Paulo Célia Paulo e Inácio Rosa, Agência Lusa
  • 1 abr 2007, 14:27
Roupa KM criada na Cova da Moura (Mário Cruz/LUSA)

Marca foi criada por dois jovens em 2006. E logo que os primeiros bonés foram colocados à venda o êxito foi total

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A KM podia muito bem ser confundida com uma qualquer marca de moda internacional, mas dizem o seus criadores é uma forma de mostrar ao mundo o orgulho de um grupo de jovens em morar num bairro como a «Kova» da Moura.

A marca de roupa KM foi criada por dois jovens da Cova da Moura, na Amadora, na Primavera de 2006 e logo que os primeiros bonés foram colocados à venda o êxito foi total, principalmente entre os adolescentes.

Depois dos bonés, surgiram as camisolas e os tops para as mulheres. «Já esperávamos que a roupa tivesse aceitação, mas não tanta como teve. Criar algo original e que nos identifique com o bairro é muito importante para quem nasceu, cresceu e mora na Cova da Moura», disse à Agência Lusa Paulo Barradas, um dos criadores da marca.

Paulo Barradas disse ainda que a roupa KM surgiu porque os jovens do bairro estava «sempre a dizer KM» e acharam interessante criar «algo original com essa marca».

Para o jovem, a marca KM «é uma forma de mostrar o orgulho de morar na Cova da Moura» e «uma ajuda na divulgação de uma imagem positiva do bairro, que muitas vezes é conhecida pelos piores motivos».

Os bonés, as camisolas e os tops têm as mais variadas cores, mas o que os distingues das outras peças de roupa são os bordados com as letras KM e com as frases em crioulo.

«Mi Gó!!!» (Não me importa) e «Dêxa mundo papia» (Deixa o mundo falar) são algumas das frases escritas nas camisolas, que - segundo Paulo Barradas - são também uma mensagem.

KM à venda aqui

Paulo Barradas, 27 anos e director de produção de uma empresa têxtil, adiantou que a divulgação da marca KM foi feita «boca a boca» e mais tarde foi publicitada no site http://kovam.no.sapo.pt no qual podem ser feitas encomendas, embora os produtos sejam vendidos num café do bairro.

A roupa, que já começa a ser procurada por jovens que moram fora do bairro, tem mais saída nos meses de Verão, estando o criador a estudar a nova colecção, principalmente os desenhos e as frases que vão ser colocados nas camisolas, tops e bonés.

Paulo Barradas considerou que este «negócio não é lucrativo», até porque a marca «não foi criada com a perspectiva de ganhar dinheiro». «Não se ganha, nem se perde. Se quisesse viver deste negócio deixava de trabalhar e montava uma loja», salientou, adiantando que as camisolas e os tops são vendidos a 10 euros, enquanto os bonés a sete euros.

As roupas são compradas em fábricas, que depois são estampadas ou bordadas pelos jovens.
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