Mocidade Portuguesa também contestava Salazar - TVI

Mocidade Portuguesa também contestava Salazar

António Oliveira Salazar

Novo livre fala sobre uma das estruturas essenciais do Estado Novo

A Mocidade Portuguesa continha um «germe de contestação» ao regime salazarista, defende o novo livro «Mocidade Portuguesa - Homens Para Um Estado Novo», de Joaquim Vieira, que será lançado quinta-feira.

«Chegou-se ao fim da II Guerra Mundial sabendo-se que, afinal, a MP não era a organização monolítica que se pretendia apregoar. Encerrava até por vezes, dentro de si, um germe de contestação ao regime», afirma Joaquim Vieira à agência Lusa.

O autor sintetiza o cerne da MP como uma espécie de «escuteiros mais a ideologia» fascista, «correspondendo a um modelo de militarização juvenil posto em prática pelas ditaduras europeias», italiana, alemã, soviética e mais tarde espanhola.

O jornalista passa em revista a história de uma das imagens de marca da ditadura portuguesa, desde o seu nascimento em 1936 ao seu fim a 25 de Abril de 1974.

«Embora sempre apresentada como uma organização 'patriótica', de âmbito nacional, a MP surgiu claramente como uma tentativa de evitar a atracção dos jovens por ideias contrárias ao salazarismo e de garantir a continuidade e renovação geracional do regime», defende o autor.

O autor diz que a enorme dimensão da MP foi um dos principais motivos do seu falhanço como formadora ideológica do regime: «Passado o fervor dos primeiros anos, e acalmados os ânimos internacionais com o advento das democracias no pós-guerra, a MP passou a ser uma organização burocratizada e dominada sobretudo pela componente física, pouco ou nada empenhada no proselitismo que de início a caracterizava».
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