Três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foram esta manhã detidos pela Polícia Judiciária pelo homicídio de um imigrante em pleno Aeroporto de Lisboa, no último dia 12, caso que a TVI revelou em primeira mão este domingo à noite.
A TVI sabe que estão indiciados por homicídio qualificado e deverão ser ainda hoje presentes a um juiz de instrução - arriscando ficar em prisão preventiva.
São três homens com 42, 43 e 47 anos.
Conforme foi revelado no Jornal das 8 deste domingo, um cidadão ucraniano desembarcou na Portela, no último dia 1, de um voo proveniente da Turquia. Pretendia entrar em Lisboa, mas foi barrado na alfândega do aeroporto pelo SEF – impedido de entrar enquanto turista. Decidiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que o imigrante embarcaria no voo seguinte de regresso à Turquia, mas entretanto o homem terá reagido mal ao impedimento de entrar em Portugal. Foi levado para uma sala de assistência médica, no Centro de Instalação Temporária do aeroporto, onde acabou por ser torturado e morto à pancada. Foi alegadamente assassinado por inspetores do SEF.
A seguir ao crime tentaram ocultar os factos, sem acionar a Polícia Judiciária, cuja secção de homicídios só foi alertada já em sede de autópsia, pelos peritos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa. A TVI também apurou que os sinais de violência no cadáver não deixaram dúvidas. Indiciam que o cidadão estrangeiro foi barbaramente agredido até à morte, inclusive com recurso a pontapés, quando se encontrava incapaz de resistir: na manhã de dia 12, quando foi encontrado em agonia, estava algemado e deitado de barriga para baixo.
As provas periciais recolhidas não deixam dúvidas sobre a prática de um homicídio, ocorrido em situação de extrema violência – e os suspeitos são os três elementos do SEF agora detidos, que tinham o cidadão ucraniano à sua guarda. Antes do crime, chegaram a transportar a vítima ao hospital, acompanhados por um intérprete, alegadamente porque sofrera um ataque de epilepsia. Segundo o relatório médico, o imigrante encontrava-se consciente e falava. Mais tarde, após o regresso ao aeroporto, a vítima foi assassinada numa sala de assistência médica, onde não há câmaras de videovigilância.
A PJ apreendeu as imagens de videovigilância do aeroporto dos acessos à sala onde terá ocorrido o crime. Os suspeitos arriscam uma acusação por homicídio qualificado, punível até aos 25 anos de prisão.