Serial Killer condenado a 25 anos - TVI

Serial Killer condenado a 25 anos

O ex-cabo da GNR à chegada ao tribunal - Foto Paulo Novais para Lusa

Tribunal considerou provados nove dos dez crimes. Juiz diz que António Costa «não exterioriza sentimento de culpa». Além da pena de prisão foi condenado a pagar indemnização às famílias. Advogada de defesa vai recorrer

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(Actualizado às 16.30 h)

O ex-cabo da GNR, António Costa, foi esta tarde condenado a 25 anos de prisão em cúmulo jurídico. O juiz Jorge Loureiro, que presidiu ao colectivo de julgamento, considerou o arguido culpado por nove dos dez crimes de que era acusado. Só não ficou provada a ocultação de cadáver de Isabel Cristina porque a jovem foi atirada ao mar quando ainda estava viva.

António Costa terá ainda de pagar uma indemnização de 115 mil euros à família de Isabel Cristina, 155 mil à de Joana e 100 mil à de Mariana.

Durante a leitura da sentença, esta tarde no tribunal da Figueira da Foz, o magistrado afirmou que o arguido, António Costa, «não exteriorizou qualquer sentimento de culpa».

O tribunal considerou António Costa culpado pelo crime de homicídio simples, no caso de Isabel Cristina, já que o arguido matou a jovem depois de esta ter ameaçado denunciá-lo por violação. Isto apesar de terem mantido relações sexuais consentidas.

No caso das outras duas vítimas, o juiz considerou que se tratou de homicídios qualificados, já que o ex-cabo as matou por «motivo desprezível e fútil». Pediu uns beijos às jovens, estas recusaram e disseram que iam queixar-se. «Entre perder a imagem e matar, preferiu matar», disse o juiz.

O magistrado explicou como chegou a esta pena. Falou das atenuantes do arguido (não tem antecedentes criminais) e dos factores agravantes (por exemplo a idade das vítimas). O juiz recordou ainda que tem de obedecer à lei.

Para o tribunal a reconstituição que o arguido fez dos crimes só poderia ter sido realizada por alguém que interveio nos crimes. Este foi o primeiro elemento a formar a convicção do tribunal em relação à culpa de António Costa. Além disso, há as escutas em que o arguido confessa a autoria dos crimes e o facto de ter confessado os factos no primeiro interrogatório judicial e de ter explicado em pormenor como matou as vítimas.

À saída do tribunal, a advogada de defesa de António Costa, Carla Bettencourt, afirmou que vai recorrer da sentença, alegando que nem todos os factos ficaram provados. Os advogados dos familiares das vítimas não pretendem recorrer, acrescentando que o Ministério Público também não pretende fazê-lo.

As mães de Isabel Cristina e de Joana mostramram-se satisfeitas com a sentença, já que não era possível uma pena mais pesada.

O ex-cabo de GNR, era acusado de dez crimes: três de homicídio qualificado, três de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa.

A sessão de hoje foi rodeada de um dispositivo de segurança especial. Dentro da sala, apenas os jornalistas puderam ter objectos pessoais. O ânimos exaltaram-se quando o arguido entrou, já que alguém da audiência o apelidou de «assassino».

Dentro e fora do tribunal esteve um forte dispositivo de segurança. O Comissário Fernando Santos, da PSP da Figueira da Foz, disse ao PortugalDiário que para o tribunal foram destacados 15 elementos de uma equipa de intervenção rápida da PSP, dois binómios homem/cão (fora) e quatro elementos de trânsito.

O responsável afirmou ainda que tem uma reserva, embora não quisesse especificar de quantos homens, «para o caso de a situação evoluir desfavoravelmente».

O Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais também esteve presente para fazer a segurança ao arguido. Os responsáveis não revelam quantos homens têm no local, mas foram vistos pelo menos dez elementos.

Num execício de justiça relativa, o juiz confessou que preferia ter condenado o arguido «a 24 anos 11 meses e 29 dias de prisão». Isto «para poder dar mais um dia de prisão» a terroistas como os de Madrid que «entram dentro de um comboio e matam indiscriminadamente».
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