Exames nacionais: «nega» pode ser melhor que positiva

A Associação Exames Nacionais e Acesso Ensino Superior (AEXAMES) denunciou uma falha grave nas regras do Ministério da Educação: os alunos que obtiveram resultado negativo na primeira fase de exames podem concorrer ainda à primeira fase de acesso ao ensino superior caso passem na segunda fase, enquanto os estudantes que tirarem uma nota positiva que não seja suficiente para os seus objectivos e a tenham de melhorar numa segunda hipótese já entram nas contas da segunda fase de candidatura.

Isto significa que reprovar na primeira fase é melhor do que passar com uma nota tangencial ou, simplesmente, uma nota que esteja abaixo do mínimo exigido para o acesso ao ensino superior.

Bruno Pereira, da AEXAMES, revelou ao Diário de Notícias que «esta segunda-feira, a associação enviou aos ministérios da Educação e Ensino Superior e à Direcção-Geral do Ensino Superior um parecer» que denuncia o falha no «princípio de equidade».

O assessor de imprensa do Ministério da Educação remeteu o caso para o gabinete do ministro do ensino superior, Mariano Gago. Uma fonte do Ensino Superior comentou apenas ao Diário de Notícias que «o Ministério tomou conhecimento da questão e vai esclarecê-la junta da Comissão de Acesso. Só depois estará em condições de se pronunciar».

No entanto, os exames nacionais começam já na próxima terça-feira e milhares de estudantes portugueses correm o risco de entrarem em nova «embrulhada» educativa.