«Portela deve ser aeroporto secundário»

A Portela deve funcionar como «aeroporto secundário de Lisboa» depois da abertura do novo aeroporto, a construir em Alcochete, destinando-se a voos de curta duração e servindo, no máximo, cinco milhões de passageiros anualmente, defendeu José Manuel Viegas, citado pela agência Lusa.

Num documento anexo ao estudo da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) sobre o novo aeroporto, que redigiu por iniciativa própria, o especialista em transportes e acessibilidades defende, a manutenção da Portela «não para suprir faltas de capacidade do aeroporto principal, mas para permitir uma segmentação de mercado geradora de valor acrescentado».

No documento, intitulado «Um conceito evolutivo e de valor acrescentado para o sistema aeroportuário da região de Lisboa», o especialista considera que a Portela, que dispõe da «melhor localização», mas cuja «capacidade é insuficiente», poderia funcionar como um aeroporto «Premium», destinado a passageiros de «voos de proximidade» (até duas horas e meia), para destinos como Madrid, Barcelona, Paris, Bruxelas, Londres, Milão, que permitiram realizar a viagem de ida e volta no mesmo dia.

Na Portela, operariam apenas aviões «relativamente pequenos e de baixos impactes ambientais, com níveis muito elevados de serviço e, por isso, com taxas aeroportuárias mais caras», sugerindo um volume de tráfego entre os três e os cinco milhões de passageiros/ano.

O professor universitário considera que apesar desta segmentação de serviços poder ter «custos mais elevados», pode «proporcionar valor acrescentado para a TAP, ao poder estabelecer tarifas diferenciadas para os voos sobre um e outro aeroporto».

No entanto, «os requisitos que a competitividade internacional hoje coloca ao sistema de transporte aéreo (...) recomendam uma área de implantação do aeroporto e serviços anexos muito maior que a disponível na Portela».