Faro: 3 crianças inglesas acolhidas em instituição - TVI

Faro: 3 crianças inglesas acolhidas em instituição

Solidariedade (Arquivo)

Pais caíram inanimados no hotel com excesso de álcool. Meninos estiveram sete horas no Refúgio Aboim Ascensão, mas já foram entregues aos progenitores. «Crianças não estão em segurança», indigna-se director

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Três crianças de nacionalidade inglesa, de 6, 2 e um ano, foram acolhidas esta madrugada no Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, depois de os pais terem caído inanimados por excesso de álcool, numa unidade hoteleira, em Vilamoura.

As crianças, dois rapazes e uma menina, deram entrada na instituição por volta das cinco da manhã e às 10:30 já a instituição recebia uma ordem do procurador de turno de Faro para que os menores fossem entregues aos pais, contou ao PortugalDiário o director do Refúgio, Luís Villas-Boas.

Menores: conhecer as vítimas

O responsável da instituição não esconde a indignação por entender que «as crianças não estão em segurança».

Tudo aconteceu num aparthotel de Vilamoura quando um casal inglês com cerca de trinta anos entrou nas instalações visivelmente embriagado. Enquanto o pai caiu inanimado no sofá da entrada, a mãe teve de ser ajudada a dirigir o carrinho em que transportava a criança mais nova.

Também ela acabaria por cair inconsciente à entrada do hotel. Diante o cenário que se lhes deparou, os funcionários e clientes do aparthotel decidiram chamar o 112 e a GNR.

Os pais foram, então, transportados para o Centro de Saúde de Loulé, ao mesmo tempo que a GNR tratou de encontrar uma solução para as três crianças.

«À meia-noite recebemos um pedido de acolhimento de emergência, da linha nacional de emergência infantil, para crianças em perigo, mas os meninos só aqui chegaram às cinco da manhã», conta Luís Villas-Boas, acrescentando que, antes de ali chegarem, os menores passaram pelo Hospital de Faro para ver se estavam bem de saúde.

«Não estamos no Zimbabué»

«As crianças deviam ter ficado connosco durante o fim-de-semana e depois, na segunda-feira, o Tribunal de Faro decidiria em conformidade», diz o responsável do Refúgio Aboim Ascensão. «Não estamos no Zimbabué», atira, numa alusão ao facto de os menores terem sido entregues a pais que os colocam em risco e poderão continuar a fazê-lo.

Os pais dos menores terão fugido do Centro de Saúde de Loulé por volta das seis da manhã e logo tentaram localizar os filhos.

Quando chegaram ao Refúgio, por volta do meio-dia, não se livraram de um «valente raspanete»: «Dei-lhes uma reprimenda tremenda dentro do meu gabinete. O pai chorou», conta ainda Villas-Boas, acrescentando que os progenitores «só perguntavam se havia imprensa por perto».

Neste momento, as crianças já se encontram com os pais. O caso está a ser avaliado pelo Tribunal de Família e Menores de Faro.

O casal poderá ainda responder por um crime de exposição ou abandono, previsto na lei penal e punido com dois a cinco anos de prisão.



[Ndr: O PortugalDiário tinha informado, inicialmente, que a família era de nacionalidade inglesa, o que estava correcto e mantemos].
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