ETAR de Alcanena assume descarga - TVI

ETAR de Alcanena assume descarga

  • Portugal Diário
  • 12 jan 2007, 19:17

Falha na transformação de resíduos na origem de poluição das águas do Alviela

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Um dos administradores da empresa «Lena Ambiente», que gere a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, admitiu hoje a responsabilidade pela descarga poluente ocorrida quinta-feira no rio Alviela.

Em declarações à agência Lusa, o responsável, Júlio Bento, explicou que a ETAR esteve 16 horas sem electricidade devido a problemas no posto de transformação, afectando a cultura de bactérias que faz a despoluição dos resíduos dos curtumes das indústrias locais.

Este problema, que já está a ser corrigido, fez com que as «águas não saíssem da ETAR completamente claras», explicou Júlio Bento, que assume a responsabilidade pela poluição verificada nas últimas horas no rio, que apresenta uma cor escura e um cheiro fétido.

Num requerimento hoje enviado ao ministério do Ambiente, o deputado do Partido Ecologista «Os Verdes» Francisco Madeira Lopes adiantou que a GNR se deslocou à ETAR quinta-feira, onde terá verificado a «responsabilidade» daquele equipamento, e «procedido à respectiva autuação» pela descarga, que, acrescenta, «ainda estaria a decorrer» durante a deslocação das autoridades ao local.

Muitas das descargas poluentes têm origem na ETAR que foi construída nos anos 90, mas que «não cumpre os requisitos técnicos» adequados para o seu bom funcionamento.

Exemplo disso é o facto de a estrutura estar localizada num leito de cheia e, em casos de chuva forte, a água arrasta as culturas bacteriológicas e os efluentes por tratar.

«Os problemas são conhecidos por todos e é preciso gastar dinheiro», considerou Júlio Bento, salientando que o Grupo Lena, que gere a ETAR há dois anos, está disponível para fazer parte ou a totalidade do investimento, desde que existam apoios e abertura das autarquias, empresários e poder central.

Numa resposta do Ministério do Ambiente, em Setembro, a um requerimento parlamentar interposto pela deputada comunista Luísa Mesquita, eleita pelo distrito de Santarém, a tutela sustenta que a poluição é pouco elevada e recorda que o Estado já investiu cerca de 50 milhões de euros no sistema de Alcanena.

A tutela defende mesmo que os «impactos negativos se prendem mais com questões de incomodidade provocada pela cor escura que as águas por vezes apresentam do que com aspectos de saúde pública ou poluição das águas subterrâneas».
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