Não se combate a corrupção «sem gastar dinheiro» - TVI

Não se combate a corrupção «sem gastar dinheiro»

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Especialista britânico diz que a «vontade política persistente» é essencial

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É «ingenuidade» um país pensar que pode enfrentar eficazmente a corrupção sem gastar dinheiro, afirmou esta quarta-feira um especialista britânico que considera que a vontade política para combater este crime não se deve limitar aos períodos eleitorais, noticia a Lusa.

De acordo com Bertrand Speville, que faz aconselhamento para vários governos em matérias anti-corrupção, se os países não estiverem preparados «para gastar fundos públicos substanciais na luta contra a corrupção, mais vale nem começar».

O especialista, que durante vários anos trabalhou na Comissão Independente contra a Corrupção (ICAC) de Hong Kong, apresentou no segundo encontro de agências anti-corrupção uma lista de sete pontos «essenciais» para obter sucesso na luta contra a corrupção.

A vontade política «persistente» surge à cabeça dessa lista. «Frequentemente, a vontade política existe apenas durante um curto espaço de tempo, em regra por parte de governos recentes eleitos com base em promessas de que lidariam com a corrupção», disse Speville, que explicou como os governos têm dificuldades em saber como lidar com a corrupção quando chegam ao poder.

Bertrand Speville apontou ainda a necessidade de existir legislação «clara» e uma estratégia assente na investigação, prevenção e educação para combater um «problema sério e global» através da criação de agências especializadas. Sublinhou ainda a importância de fazer com que as pessoas percebam por que é que a «corrupção é má», considerando que «isso não é uma evidência para toda a gente».

Qualquer país deve cumprir os sete pontos essenciais

O especialista alertou também para o facto de os resultados da luta anti-corrupção não serem visíveis de um ano para o outro, considerando que é necessária «persistência» e «apoio da sociedade» para erradicar a «corrupção enraizada».

Questionado sobre a melhor estratégia a aplicar ao combate à corrupção em Portugal, Speville afirmou não conhecer suficientemente a situação portuguesa. No entanto, adiantou que qualquer país que tenha problemas graves de corrupção precisa de cumprir estes sete pontos essenciais para ter sucesso.
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