Apito: «Carolina usada e inutilizada» - TVI

Apito: «Carolina usada e inutilizada»

Defesa de Pinto da Costa elogia a sentença. Advogado do árbitro critica «terrorismo processual»

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Gil Moreira dos Santos, advogado de Pinto da Costa no chamado «caso do envelope», referiu esta tarde, à saída do Tribunal de Gaia, que foi feita «justiça com serenidade» ao absolver-se os três arguidos do «caso do envelope».

Pinto da Costa absolvido

Entre gritos de «vitória» e aplausos dos populares pelo «excelente trabalho», Gil Moreira dos Santos lá foi elogiando a sentença «fundamentadíssima», considerando que a «página do Apito Dourado ficou fechada».

O causídico destacou o facto de dois dos três processos contra o arguido terem sido arquivados (F.C. do Porto -Estrela da Amadora e Nacional-Benfica) e de o terceiro ter terminado com uma absolvição.

Sobre Carolina Salgado, referiu apenas que «foi essencial para a estratégia montada até agora. Foi usada, desusada, abusada e no final de contas inutilizada».

Por seu lado, Marcelino Pires, advogado do árbitro Augusto Duarte, acusou o Ministério Público de «terrorismo processual» no decurso do julgamento.

«Durante o julgamento a hierarquia do MP entendeu dever levar avante determinados procedimentos que, em meu entender, podem ser qualificados como quase de terrorismo processual, quando já depois de iniciada a audiência levam a Lisboa para ser ouvida uma testemunha e depois passados dois dias ouvem-na em Famalicão na sua residência. E tudo isto presidido pelo procurador-geral adjunto (Agostinho Homem). Isto revela que algo vai mal ao nível da investigação e do MP», criticou.

Segundo o causídico, «não foram questões racionais nem de procura da descoberta da verdade que determinaram a reabertura do processo».

«A hierarquia do MP esteve mal e está mal. A partir de determinada altura a vontade única era a de não deixar cair estas situações da chamada corrupção desportiva e nomeadamente quando aparece como arguido uma pessoa notável como Pinto da Costa», sublinhou.

Marcelino Pires considera que o processo está a sair muito caro aos contribuintes e lança o desafio admite que possa ficar ainda mais oneroso com o recurso doaos jornalistas para «contabilizarem tudo aquilo que se gastou neste processo a partir da sua reabertura».

Sobre a principal testemunha da acusação, afirma que «a sentença do tribunal mostra que o depoimento da testemunha Carolina Salgado era absolutamente inconsistente, contraditória e não merece qualquer tipo de credibilidade», admitindo avançar com um processo contra a autora de «Eu, Carolina».

Recorde-se que Pinto da Costa e o empresário António Araújo estavam acusados de um crime de corrupção desportiva activa, enquanto o árbitro Augusto Duarte vinha acusado pelo mesmo crime na forma passiva.

Em causa a suspeita de que o presidente portista tivesse entregue um envelope com 2500 euros ao juiz da partida, num encontro na casa do primeiro, na antevéspera do jogo Beira-Mar/F.C. do Porto, realizado a 18 de Abril de 2004.
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