Ricardo Bexiga, antigo autarca socialista de Gondomar, pediu esta quarta-feira uma averiguação sobre as circunstâncias que levaram a que o processo sobre a agressão de que foi alvo «tenha estado parado tanto tempo», refere a Lusa.
«Deve ser averiguado, com as consequências devidas, por que é que o processo esteve parado tanto tempo», salientou Ricardo Bexiga.
Ricardo Bexiga foi espancado por dois homens encapuzados, a 25 de Janeiro de 2005, quando saía do seu escritório e se dirigia para o parque de estacionamento da Alfândega, no Porto.
Bexiga evitou então «danos maiores», ao proteger-se com um braço das agressões com uma moca de madeira, mas ainda assim não evitou um corte na cabeça, que obrigou a uma sutura com 17 pontos.
«Eu próprio escrevi ao Procurador-Geral da República, pedindo-lhe o acompanhamento do caso. Na sequência, Pinto Monteiro enviou uma carta ao Procurador Distrital do Porto, pedindo-lhe que as diligências fossem rápidas e eficazes. Apesar disso, nada se fez», sustentou.
Ricardo Bexiga, que é advogado, disse que lhe fora prometido um desfecho do inquérito-crime no último Verão mas confirmou que, até ao momento, ainda não lhe foi comunicada qualquer decisão.
«Não estranho que o processo esteja a demorar todo este tempo, considerando que só passados dois anos dos factos terem ocorrido é que se iniciou a sua investigação», referiu.
Quando depôs no Ministério Público, a ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado, referiu o envolvimento de quatro ou cinco pessoas nas agressões ao ex-vereador.
Carolina assumiu mesmo parte da responsabilidade pela autoria moral do crime, por alegadamente ter contactado as pessoas que deveriam concretizar a agressão.
Na sequência desta confissão, a equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado, liderada por Maria José Morgado, acabou por constituir arguidos Pinto da Costa, Carolina Salgado e Fernando Madureira, líder dos Superdragões, a principal claque do FC Porto.
As dificuldades em descobrir os autores materiais da agressão surgiram desde logo porque actuaram encapuzados e com celeridade, impedindo um reconhecimento visual pelo agredido.
Bexiga admitiu, perante os investigadores, a possibilidade do crime ter sido cometido por quatro homens que quatro dias antes visitaram o seu escritório, com o alegado propósito de lhe entregarem um processo.
O advogado não conseguiu recordar-se do rosto destas pessoas que, no fundo, alegadamente pretenderiam apenas identificá-lo para não errarem no alvo, quando concretizassem a agressão.
O parque de estacionamento onde Ricardo Bexiga foi agredido não tinha câmaras de vigilância, o que acrescentou novas dificuldades à identificação dos agressores.
Bexiga quer saber por que processo esteve parado
- Portugal Diário
- 26 dez 2007, 15:45
Ex-vereador foi espancado por dois encapuzados em Janeiro de 2005
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