Lisboa: maioria dos mortos em acidentes são peões ou motociclistas - TVI

Lisboa: maioria dos mortos em acidentes são peões ou motociclistas

Atropelamento (arquivo)

«Os peões não precisam de ter carta para andar nos passeios e isso retira-lhes muita responsabilidade», dizem especialistas

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Dois terços das vítimas mortais resultantes de acidentes em Lisboa, no ano passado, eram peões ou condutores de motociclos, dois dos principais grupos de risco identificados pela PSP em matéria de segurança rodoviária.

Os dados revelados pelo sub-chefe da PSP, António Lérias, comprovam que os peões continuam a ser vulneráveis, mas os responsáveis da segurança rodoviária presentes num seminário sobre este tema, alertaram para a influência do ambiente urbano e do comportamento de peões e condutores, a nível da prevenção de acidentes.

A melhoria do ambiente rodoviário em meio urbano é precisamente um dos objectivos da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária para o período 2008-2015, adiantou o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Paulo Marques.

Este plano prevê também estudos sobre os regimes sancionatórios aplicáveis aos peões e condutores noutros países e a avaliação das condições necessárias para uma fiscalização mais eficaz do comportamento dos peões.

«Os peões não precisam de ter carta para andar nos passeios e isso retira-lhes muita responsabilidade em termos de acidente», salientou o responsável da ANSR.

«O peão não sente que está a cometer uma infracção e as forças de segurança não dão tanta atenção a estas matérias como dão a outros veículos», acrescentou.

Paulo Marques declarou que o Governo pretende lançar mais campanhas de sensibilização e actuar a nível de fiscalização, mas admitiu que «há um longo caminho a percorrer» em termos de mudança de mentalidades.

Em Lisboa, uma das cidades europeias que mais reduziu a sinistralidade nos últimos anos, 43 por cento das vítimas mortais registadas entre 2000 e 2006 eram pedestres.

Os acidentes na área de Lisboa tiveram uma diminuição expressiva entre 2007 e 2008, passando de 11.520 para 7.127, segundo o sub-chefe António Lérias.

Mais de três quartos dos acidentes registados (78 por cento) resultam apenas em danos e apenas 22 por cento provocam vítimas.

Adaptar a gestão da segurança rodoviária à população

Mário Alves, assessor para a mobilidade da Câmara de Lisboa destacou igualmente a redução do número de mortes de crianças, mas lembrou que parte desta estatística reflecte a diminuição da ocupação do espaço público, já que «as crianças estão cada vez mais fechadas em casa».

O envelhecimento da população é outro factor preocupante e que exige adaptações a nível da gestão da segurança rodoviária, como a temporização dos semáforos.

Esta é uma das medidas que a câmara tem em curso ou vai executar no próximo ano, para reduzir a sinistralidade

A criação de zonas de circulação a 30 quilómetros em quatro bairros, pintura de passadeiras e melhoria da segurança junto às escolas são outras das acções do município desenvolvidas neste âmbito.
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