Papa quer mudar mentalidade da Igreja portuguesa - TVI

Papa quer mudar mentalidade da Igreja portuguesa

  • Portugal Diário
  • 10 nov 2007, 20:43

Perante o aumento de «cristãos não praticantes». É preciso ajudá-los

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O Papa Bento XVI defendeu hoje em Roma um novo estilo de organização da Igreja em Portugal, de modo a adaptar as estruturas às alterações impostas pelo Concílio Vaticano II, noticia a Lusa.

«É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado», afirmou o Papa, no seu discurso de encerramento da visita Ad Limina dos bispos portugueses a Roma.

Este novo modelo eclesial é a «rota certa a seguir» mas sem valorizar em demasia as questões organizativas da própria Igreja.

Bento XVI explicou que não é contra a discussão sobre o «ordenamento na Igreja e sobre a atribuição das responsabilidades» até porque haverá sempre «desequilíbrios, que exigem correcção». Contudo, «tais questões não nos podem distrair da verdadeira missão da Igreja: esta não deve falar primariamente de si mesma, mas de Deus», notou.

Perante o aumento de «cristãos não praticantes» nas dioceses portugueses Bento XVI recomendou aos bispos portugueses para avaliarem a «a eficácia dos percursos de iniciação actuais» de modo a que o católico «seja ajudado, pela acção educativa das nossas comunidades, a maturar cada vez mais até chegar a assumir na sua vida uma orientação autenticamente eucarística».

Sobre Fátima, Bento XVI recordou a presença em Portugal há cerca de um mês do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone e considerou a Cova da Iria «uma escola de fé com a Virgem Maria por mestra» que lá ergueu «a sua cátedra para ensinar aos pequenos Videntes e depois às multidões as verdades eternas e a arte de orar, crer e amar».

Bento XVI elogiou também a nova Concordata celebrada entre Portugal e o Vaticano, considerando que o acordo revela a «vontade de servir o homem» pelas duas partes.

Por outro lado o Papa agradeceu o «o esboço feito da vida e situação das dioceses» portuguesas feito pelos prelados e elogiou o esforço da Igreja nacional em fazer perdurar «o clima do Jubileu» do ano 2000 «em numerosas iniciativas» realizadas nos anos seguintes.

O «recenseamento geral da prática dominical», a «realização nacional do encontro de movimentos e novas comunidades eclesiais e do congresso da família» foram alguns dos exemplos elencados por Bento XVI quando se despedia dos bispos portugueses.

Por seu turno, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, reconheceu a dificuldade da hierarquia em lidar com o crescente abandono da fé pela população portuguesa.

«O povo português continua, na sua grande maioria, a afirmar-se católico embora reconheçamos que os ventos do relativismo e indiferentismo exercem uma grande pressão, provocando atitudes e opções ambíguas e, em alguns casos, contraditórias», afirmou.
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