Reclusos não aderem à troca de seringas - TVI

Reclusos não aderem à troca de seringas

  • Portugal Diário
  • 22 dez 2007, 11:58

Paços de Ferreira: sindicato defende que detidos desconfiam do sistema

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Nenhum recluso aderiu até agora ao programa de troca de seringas na prisão de Paços de Ferreira, segundo o sindicato dos Guardas Prisionais, que coloca a hipótese de os detidos desconfiarem do sistema e recearem ser prejudicados quanto a saídas precárias, noticia a Lusa.

Quer o Instituto da Droga e Toxicodependência quer a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) sublinharam à Agência Lusa que o Programa Específico de Troca de Seringas (PETS) está assente no princípio da confidencialidade e que apenas os serviços de saúde devem conhecer a identidade dos detidos inscritos voluntariamente.

No entanto, Jorge Alves, presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional (SCGP) referiu não ter conhecimento de qualquer inscrição no PETS desde que entrou em vigor, em meados de Novembro, no Estabelecimento Prisional (EP) de Paços de Ferreira.

O dirigente sindical lembrou os alertas do SCGP, desde a «discriminação da restante população prisional para com os reclusos [que aderem ao programa] por causa da quebra de confidencialidade até à manutenção dessa mesma confidencialidade».

O sindicalista indicou ainda à Lusa que a alteração de hábitos dos detidos e o facto das celas serem partilhadas e não trancadas pelo interior poderão comprometer a confidencialidade de um recluso que aderiu ao PETS.

De acordo com o que conhece sobre o comportamento dos reclusos, Jorge Alves pensa que o medo de saídas precárias ficarem comprometidas devido à adesão ao PETS (e assim serem «denunciados» como consumidores de drogas) pode ser uma das hipóteses para a ausência de adesões ao programa.

«Essa pode ser uma das hipóteses, um dos factores que dificulte a adesão. O próprio preso vai pensar que [vai afectar] a avaliação [do processo de saída precária]. A avaliação final é do juiz de execução [de penas], mas esta é uma leitura do processo do recluso entre o educador [do recluso], do chefe de guardas, o director do EP, o juiz de instrução e os técnicos de reinserção», referiu.
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