«Só me apetece uma cervejinha» - TVI

«Só me apetece uma cervejinha»

Parque das Nações, em Lisboa (Marta Belchior)

No dia mais quente do ano, os lisboetas fizeram de tudo para fugir ao calor. Houve quem passeasse em tronco nu, quem se refrescasse nos repuxos e não faltaram pessoas a dormir à sombra de uma árvore. Trabalhar foi tortura sem ar condicionado

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Com os termómetros a marcar os 39 graus, a paisagem de Lisboa alterou-se esta segunda-feira. O calor que se fez sentir trouxe moleza e cansaço, que se apoderaram das pessoas. Dormir foi a única opção. Enquanto uns «descansavam» por baixo das sombras das árvores, outros passeavam em tronco nu ou refrescavam-se nos repuxos. Para aqueles que trabalharam, o calor foi uma tortura quando o ar condicionado teimou em não funcionar.

Só apetece beber uma cerveja fresquinha

O PortugalDiário encontrou François, um belga residente em Lisboa, num jardim em Belém. Sentado à sombra de uma árvore, confessou que hoje não é dia para muitos movimentos, «só me apetece estar na preguiça, beber água ou uma cerveja bem fresquinha», disse. Praia, nem pensar, está «demasiado calor. O jardim é ideal porque é fresco e tem muitas árvores», sublinhou.

Para quem trabalha, a situação é mais complicada. Manter o ritmo torna-se difícil e quem paga é a produtividade. «É muito mau trabalhar com tanto calor», afirmou Maria de Lurdes, florista de rua. Com este tempo «Queria estar num parque fresquinho, porque na praia não se deve estar nada bem», continuou.

Mas se trabalhar na rua é tarefa árdua, trabalhar num edifício sem ar condicionado pode ser bem pior. «O dia foi muito cansativo, está muito calor e o ar condicionado não está a funcionar bem», disse ao PortugalDiário um funcionário da Câmara Municipal de Lisboa. «O ritmo de trabalho foi mais lento, o nível de concentração foi menor e as pessoas fizeram mais pausas. Hoje estamos todos a desejar que o dia acabe rápido», acrescentou.

A comer gelados no trabalho

Mariana também trabalha no centro de Lisboa. Para ir para o emprego utiliza o metro, mas ainda tem de caminhar cerca de 20 minutos. Normalmente o caminho não custa muito, mas a situação complica-se com tanto calor. «Está péssimo. Custa andar, olhar para a luz, respirar, ou seja, tudo».

Para fugir ao calor tenta «andar pela sombra», já que «ao sol é impossível». E nota os efeitos das altas temperaturas nos outros transeuntes: «Está toda a gente com ar de que vai derreter».

Mas chegar ao local de trabalho não lhe traz o alívio que pretendia. Com o ar condicionado avariado, o calor ainda se faz sentir ao ponto de prejudicar o rendimento. «Demoro o dobro do tempo a fazer tudo e passo a vida a ter que me levantar para ir respirar para o corredor. Portanto, produtividade zero». Mariana e os colegas encontraram nos gelados a forma de se refrescarem.
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