Artigo actualizado às 14h12
O Ministério Público (MP) retomou as suas alegações finais no mega-processo da Casa Pia esta terça-feira. Durante a manhã, o procurador João Aibéo voltou a apontar o dedo a Carlos Cruz e a dar como provados mais crimes contra Carlos Silvino e Ferreira Diniz. Reafirmou ainda a credibilidade do depoimento das testemunhas.
Até agora, o procurador descreveu como «provados» em tribunal dois crimes contra Carlos Cruz, três contra Manuel Abrantes, doze contra Ferreira Diniz e 139 contra Carlos Silvino (9 crimes por lenocínio e 130 crimes por abuso sexual).
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O nome de Carlos Cruz voltou a ser mencionado por João Aibéo, relativamente a um abuso sexual, sobre uma das testemunhas no teatro Vasco Santana, em Lisboa. O crime não consta da pronúncia, porque a queixa não foi apresentada a tempo. Mas Carlos Silvino, que transportou o jovem até ao «teatro», está acusado por um crime de lenocínio. Crime esse dado como «provado» pelo MP.
Apesar do crime contra Carlos Cruz não constar da acusação, o procurador fez questão de afirmar que tinha a certeza de que o ex-casapiano «foi abusado pelo apresentador de televisão», nesse espaço.
Bibi chamado, de novo
Antes do recomeço das alegações do MP, o advogado de Manuel Abrantes, Paulo Sá e Cunha, teve oportunidade de contra-interrogar Carlos Silvino. Recorde-se que quando «Bibi» falou na última sessão, o advogado não estava presente e a magistrada que preside ao colectivo de juízes, Ana Peres, garantiu que lhe daria tempo, mais tarde, para questionar Silvino.
Paulo Sá e Cunha quis esclarecer uma carta que Carlos Silvino terá enviado a Manuel Abrantes, onde escrevia que uma das testemunhas estava a «receber dinheiro para acusar pessoas». Como podia ele ter escrito isso e agora afirmar que era verdade o que os «rapazes diziam».
Carlos Silvino confirmou que escreveu a carta, mas disse que «isso foi uma coisa da sua cabeça» e que «acreditava» nos jovens.
No entanto, questionado sobre se alguma vez Manuel Abrantes lhe tinha pedido para lhe levar rapazes para a prática de actos sexuais, «Bibi» garantiu que não.
Os crimes de todos os arguidos
Carlos Silvino: está pronunciado por 634 crimes.
Carlos Cruz: está pronunciado por seis crimes.
Jorge Ritto: está pronunciado por nove crimes de lenocínio e dois de abusos.
Ferreira Diniz: está pronunciado por 18 crimes de abusos.
Manuel Abrantes: O Ministério Público deu como provados onde crimes de abuso sexual. Está pronunciado por 50 crimes sexuais.
Hugo Marçal: está pronunciado por 36 crimes de lenocínio e abusos.
Gertrudes Nunes: está pronunciada por 35 crimes de lenocínio.
Ao quarto dia de alegações finais, o procurador já referiu 629 crimes imputados a Carlos Silvino. Desses crimes, o MP pediu a absolvição do arguido por 490 acusações.
A sessão foi entretanto interrompida para almoço e será retomada por volta das 15h. É esperado que o MP termine as suas alegações, mas tal poderá não acontecer.
Casa Pia: 139 crimes «provados» contra «Bibi»
- Patrícia Pires
- 9 dez 2008, 13:35
Ministério Público retomou alegações finais e voltou a acusar Carlos Cruz de abusar de ex-casapianos
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