Carnaval: MP censura mulheres nuas no «Magalhães» (fotos) - TVI

Carnaval: MP censura mulheres nuas no «Magalhães» (fotos)

Carlos Miguel, Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras

Imagem impressa de uma busca no Google teve de ser removida de um monumento em Torres Vedras

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A procuradora-adjunta da 1ª Delegação do Tribunal Judicial de Torres Vedras ordenou a remoção de imagens de mulheres que estavam colocadas numa sátira ao computador «Magalhães» que estava colocada num monumento ao carnaval local.

A remoção foi efectuada às 15h30 desta quinta-feira, em cumprimento de ordem judicial, que apontava precisamente para o conteúdo considerado explícito. O «Magalhães» é apenas um dos elementos do monumento construído pela empresa Guliver e localizado na Praça da República, em frente ao Hotel Império.

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«Poderia ser uma brincadeira de Carnaval, mas não é!», reagiu, entretanto, o presidente da câmara municipal, Dr. Carlos Miguel, explicando que a fundamentação do Ministério Público apontava para a lei, que impede a exposição em praça pública de objectos de conteúdo pornográfico. No entanto, o autarca refere que «as imagens impressas e coladas no monitor do computador são representações de sites, imagens de nudez, mas em nada ofensivas à moral pública».

Aliás, a imagem que se pode ver nas fotos em anexo apontam para uma pesquisa da palavra «mulheres» nas imagens do Google. «Não surge qualquer foto de pornografia», segundo a assessoria de imprensa da câmara.

Carlos Miguel considera que se trata de um acto de censura: «Mal está uma sociedade quando não se consegue rir de si mesma e se os órgãos de soberania encaram desta forma o Carnaval de Torres, em que não ofendemos ninguém, algo está mal. Respeitamos a ordem mas fazemos questão de torná-la pública, na certeza de que tudo faremos para não deixar cair o espírito crítico do Carnaval mais português de Portugal».

Na resposta ao Ministério Público, o presidente da câmara disse que o despacho é «ofensivo da liberdade de expressão, dos direitos de autor, ignorando e desprezando uma época (carnavalesca) e uma tradição (Carnaval de Torres), a qual há mais de cem anos vem satirizando a vida pública nacional e local, sem nunca ofender pessoalmente quem quer que seja, nem pondo em causa o decoro, a paz ou a tranquilidade pública».
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