Carrinhas de valores com poucas medidas de segurança

O elevado número de assaltos a carrinhas de valores registado em 2007 poderá dever-se a um afrouxamento das medidas de segurança, que foram entretanto reforçadas permitindo uma aparente diminuição destes roubos, disse esta sexta-feira fonte da GNR.

No boletim Notas e Moedas, do Banco de Portugal, datado do último dia de 2008, um responsável da empresa Esegur refere que em 2007 Portugal foi o terceiro país da União Europeia com maior número de assaltos a transportes e tratamento de valores, atrás da França e Reino Unido.

No texto da Esegur, incluído no boletim do Banco de Portugal, é dito que «Portugal passou de dois ataques em 1998 para 83 ataques em 2007».

Noutro texto, um responsável por outra empresa de transporte de valores, a Prosegur, aponta já para uma diminuição destes assaltos em 2008, face a 2007.

«A criminalidade na área do transporte de valores foi responsável por 75 assaltos em 2007, dos quais 52 foram consumados. No período homólogo de 2008 regista-se uma diminuição de 27,2 por cento no total de assaltos e de menos 18,2 por cento no índice de consumados», lê-se no texto.

Fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR) disse à Agência Lusa que, apesar de ainda não haver dados totais, aparentemente o número de assaltos terá diminuído em 2008.

A mesma fonte apontou como hipótese para o aumento «excepcional» de assaltos em 2007 o facto de estes serem até então pouco frequentes em Portugal e haver, por isso, menos cuidados de segurança por parte das empresas.

«Era um ponto fraco que foi explorado», disse a fonte, adiantando que as empresas se começaram a prevenir.

Nos próprios documentos que englobam o boletim do Banco de Portugal, as empresas Esegur e Prosegur enumeram algumas das medidas a adoptar para evitar os assaltos.

Entre as medidas estão a utilização de um terceiro elemento na tripulação de transportes de valores, o reforço nas viaturas blindadas ao nível do grau de blindagem e respectivos sistemas de segurança.

Reduzir a quantidade de valores em cada trajecto e os próprios trajectos são outras medidas referidas.

As empresas querem igualmente o aumento da segurança no locais onde estão instaladas as máquinas de Multibanco, dado que muitos dos assaltos ocorrem na operação de reposição.