«E, então, a ASAE ainda não veio cá?»

«E, então, a ASAE ainda não veio cá?", gracejou o Presidente da República, Cavaco Silva, quando visitava a cozinha conventual do Mosteiro de Arouca, onde estavam expostas doçarias e produtos tradicionais da região, informa a agência Lusa.

ASAE é «exagerada, rude e brutal»

Eles vão responder ao Parlamento

Mais tarde, ao ser questionado sobre a audição do inspector-geral da ASAE no Parlamento, esta segunda-feira às 17:30, Cavaco disse que «tem de haver bom senso em todas as coisas» e «também na política».

«Sempre disse que uma das qualidades mais importantes, uma qualidade fundamental, para aqueles que exercem cargos directivos e políticos, é o bom senso», afirmou. «Mas não estou a fazer qualquer insinuação», sublinhou, numa alusão implícita à audição de António Nunes na Comissão Parlamentar.

«Falar verdade»

O Presidente da República disse, ainda, que nos dois anos do seu mandato presidencial procurou «falar verdade» aos portugueses, mas também criou «condições para a estabilidade e confiança».

«Hoje completam-se dois anos sobre o dia em que os portugueses escolheram quem queriam para presidente», recordou, sublinhando: «Foi um tempo em que procurei falar verdade aos portugueses, criar condições para a estabilidade e contribuir para a confiança e mobilização dos portugueses. Procurei mobilizar os portugueses para a defesa do património, para a educação, ciência, alertei para a exclusão social e a pobreza, para o combate à desertificação do interior».

Inquirido sobre uma eventual revisão dos poderes presidenciais na próxima revisão constitucional, Cavaco foi taxativo: «Sempre disse que vivia bem com as competências actuais do Presidente da República. Tenho procurado usar essas competências com parcimónia, com discrição e para evitar polémicas e instabilidade. Eu quero ser um factor de estabilidade».

«Economia está melhor»

Cavaco Silva também falou do tema do dia, a economia, para considerar que está melhor do que quando foi eleito para o cargo há dois anos: «Tenho que dizer, com seriedade, que está melhor, na medida em que a taxa de crescimento económico é hoje mais forte do que era quando fui eleito. A confiança, apesar de tudo, também é hoje mais forte do que era há dois anos a esta parte».

«Mas também disse, na minha mensagem presidencial de Ano Novo, que não estávamos suficientemente seguros em afirmar que Portugal vai aproximar-se, de forma sustentada, da média de desenvolvimento dos países da União europeia. As coisas apontavam que 2008 poderia ser um ano de aproximação a essa média, mas agora surgiram, no cenário internacional, indicações que dificilmente não terão efeito sobre todos os países da Europa», afirmou.