Sabugal: fogo avança em direcção a localidade - TVI

Sabugal: fogo avança em direcção a localidade

Fogos

GNR na frente das chamas para alertar para os perigos. Populares não se deitam

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ACTUALIZADO ÀS 00:04 de 1 de Setembro

O incêndio de grandes proporções que lavra na zona do Sabugal há quase 48 horas tem agora uma frente activa que avança em direcção à localidade de Rapoula do Côa e já obrigou ao corte da EN 233 que, entretanto, foi reaberta.

De acordo com o major António Almeida, da GNR, em declarações ao tvi24.pt as chamas continuavam, por volta das 23 horas, a progredir em direcção ao Baraçal e a Rapoula do Côa.

«O perigo mantém-se, apesar de o fogo lavrar por agora numa área de mato, longe da povoação», adiantou a mesma fonte, acrescentando que as populações, especialmente os mais idosos, estão a ser alertados para a necessidade de se manterem vigilantes «evitando que abandonem as casas na última, quando o fogo já estiver muito próximo».

A frente de fogo, empurrada por vento forte, progride com grande intensidade, sendo visível da aldeia de Vila do Touro, onde ao princípio da noite uma outra frente de fogo rodeou algumas casas.

António Almeida referiu citado pela Lusa que o incêndio já obrigou ao corte da Estrada Nacional 233 entre Alto de Pega e Quintas de S. Bartolomeu. Por outro lado, indicou que têm ocorrido alguns cortes de estradas de forma temporária «para agilizar as manobras dos bombeiros».

Alguns habitantes de aldeias do Concelho do Sabugal ameaçadas pelas chamas admitiram à Lusa que não se deitam, ficando «de vigia ao fogo».

Em Rapoula do Côa, vários residentes que garantiram que não se deitam «enquanto o fogo não estiver apagado».

Também na aldeia de Baraçal, onde o incêndio já fez alguns estragos, o agricultor Arménio Nabais, pegou no tractor e começou a lavrar um terreno anexo ao barracão onde guarda «70 vacas».

«Os vizinhos não limpam nada e anda uma frente a ameaçar aquilo que é meu e estou a lavrar para ver se safo os animais. Não saio daqui enquanto não tiver tudo lavrado», afirmou.

Na aldeia vizinha de Rapoula do Côa, uma habitante também preocupada com a sujidade dos pinhais e campos agrícolas abandonados defendeu que fosse criada «uma espécie de taxa moderadora como a da saúde, para que o Governo limpasse os terrenos que estão sujos porque nas aldeias já não há quem os limpe».

Com o cair da noite os habitantes das aldeias do Sabugal, por onde o fogo passou ou ameaça chegar, esperam que «as coisas acalmem».

GNR na frente do fogo a alertar para perigo

A GNR da Guarda também tem no terreno uma dúzia de efectivos que tem andado na frente do fogo a alertar «os residentes nas casas mais isoladas para estarem alertados para o perigo» das chamas, disse.

Pelas contas do oficial da GNR, o incêndio, que começou na zona de Ribeira das Naves, já terá atingido uma extensão, em linha recta, «de cerca de vinte quilómetros».

Habitantes de Vila do Touro contaram à Lusa que as chamas avançam «muito depressa». «O fogo ainda anda longe mas passado um bocadinho está logo junto das casas», referiu Maria José Bernardo, que ficou com «uma vinha e colmeias destruídas».

Outra habitante, Maria Freches, contou que o fogo chegou à parte de trás da sua casa e «apenas ardeu a relva». «Nunca vi nada disto na minha vida», disse, acrescentando que apanhou «um susto muito grande».

Segundo a página na Internet da Protecção Civil, este incêndio está a mobilizar 205 bombeiros e encontra-se circunscrito desde as 20 horas.
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