Caso Isaltino: antigo assessor admite depósitos - TVI

Caso Isaltino: antigo assessor admite depósitos

Isaltino Morais (arquivo)

Nuno Campilho Coelho admitiu ter depositado 8996 euros nas contas do autarca

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Foram depositados 8996 euros, em várias «fatias», numa conta de Isaltino Morais, por um antigo assessor do autarca. A declaração foi feita esta quarta-feira no Tribunal de Sintra, por Nuno Campilho Coelho.

«O presidente perguntava-me se eu não me importaria de fazer estes depósitos. Tenho ideia de que os montantes me eram entregues juntamente com a caderneta da Caixa Geral de Depósitos», admitiu o actual administrador dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora.

Nuno Campilho Coelho afirmou ainda que «fazia esses depósitos com naturalidade, considerando que o presidente não tinha tempo para estar numa fila do banco».

O antigo assessor reconheceu ter estabelecido a ponte entre a Câmara de São Vicente e o presidente da Câmara de Oeiras relativamente à doação de um terreno em Mindelo, Cabo Verde.

«Por contactos com a Câmara de São Vicente era-me pedido para perguntar a Isaltino Morais qual o destino que queria ele dar ao terreno. Eu ia comunicando, normalmente, com o vereador Jorge Melo, mas o presidente não me dava nenhuma orientação, dizendo «depois logo se vê», disse Nuno Campilho Coelho.

Ex-mulher do autarca ouvida

A ex-mulher de Isaltino Morais foi também ouvida na sessão desta quarta-feira. Maria Manuela Franco disse desconhecer as contas do autarca na Suíça, alegando que estas foram abertas após o divórcio.

«Quando éramos casados o Isaltino tinha muito dinheiro em acções. Só soube da existência das contas da Suíça após o divórcio, pelos jornais», afirmou a ex-mulher do autarca.

Maria Manuela Franco referiu que «Isaltino Morais não é a pessoa que querem fazer passar lá fora», acrescentando que o autarca «não se deixa corromper».

«Não creio que ele possua negócios ilícitos, ele não se deixa corromper. Os nossos fins-de-semana eram passados a ver as obras da Câmara e ele descurou a própria família em prol da Câmara», afirmou.

Um perito da Inspecção-Geral de Administração Local (IGAL), subscritor de um relatório que faz parte da pronúncia, prestou também declarações na sessão desta quarta-feira.
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