Isaltino: terreno «oferecido por amizade» - TVI

Isaltino: terreno «oferecido por amizade»

Julgamento de Isaltino Morais

Testemunhas garantem que «não houve aproveitamento pessoal»

Relacionados
Três testemunhas ouvidas esta terça-feira no julgamento de Isaltino Morais afirmaram que a cedência de terrenos em Mindelo foram um reconhecimento pela amizade do autarca com este município de Cabo Verde, negando qualquer troca de favores a título pessoal, informou a Lusa.

«Não creio que Isaltino Morais tenha feito depender os milhares de euros de ajuda a São Vicente por umas centenas de contos, que era o valor do terreno na Praia do Calhau», disse ao colectivo de juízes, através de videoconferência, Jorge Melo, ex-vereador da Câmara Municpal de São Vicente.

«Reconhecimento pelo seu empenho»

O antigo vereador garantiu que este terreno foi oferecido ao presidente da Câmara de Oeiras como «um reconhecimento do seu empenho no acordo de geminação entre os dois municípios», que valeu a São Vicente vários equipamentos de saúde e material educativo.

«Não houve aproveitamento pessoal. Nunca houve essa manifestação, pois Isaltino Morais actuou sempre de forma desinteressada no acordo de geminação», disse a testemunha ao procurador do Ministério Público, Luís Eloy, que o questionou sobre os motivos do empenho de Isaltino nesta parceria.

O presidente da Câmara de São Vicente entre 2000 a 2004, João José Faria, adiantou ter presidido este município após a cedência do terreno, mas reconheceu que este foi oferecido após uma deliberação da autarquia, aprovada por unanimidade, que «foi tomada devido à grande amizade entre os dois municípios».

Crime de participação económica em negócio

Esta manhã foram ouvidas mais duas testemunhas através de vídeoconferência - um outro ex-vereador da autarquia de Cabo Verde, que também negou a troca de favores, e uma funcionária responsável pela secretaria do gabinete de Obras de São Vicente, que depôs sobre questões técnicas.

Isaltino Morais é acusado de um crime de participação económica em negócio, três de corrupção passiva, um de branqueamento de capitais, um de abuso de poder e outro de fraude fiscal.

O julgamento retoma segunda-feira, 4 de Maio, no Tribunal de Sintra, onde vão ser ouvidos a ex-mulher de Isaltino Morais e um antigo assessor.
Continue a ler esta notícia

Relacionados