Açores: 18 mil crianças com boletim de saúde oral - TVI

Açores: 18 mil crianças com boletim de saúde oral

  • Portugal Diário
  • 17 abr 2007, 13:31

Documento pretende sensibilizar população para cuidados com dentes

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Cerca de 18 mil crianças açorianas já dispõem do Boletim Individual de Saúde Oral, um documento inédito no país que regista toda a informação e historial clínico do seu portador, anunciou esta terça-feira fonte ligada ao projecto, escreve a agência Lusa.

O coordenador regional do Programa de Promoção da Saúde Oral, Ricardo Cabral, adiantou à Lusa que o projecto, que arrancou em 2006, está a decorrer de forma «positiva» e já abrange as nove ilhas do arquipélago.

Segundo explicou o médico dentista, o boletim destina-se a crianças e jovens até aos 18 anos e pode ser solicitado, gratuitamente, nos 16 centros de saúde existentes na região.

Ricardo Cabral salientou que o boletim possibilita o registo da cronologia da formação da dentição e os tratamentos efectuados ao longo da vida, proporcionando, ainda, um rápido acesso ao historial clínico do seu portador por parte dos profissionais do SRS.

Além disso, permite anotar a medicação prescrita, assim como alertar os clínicos para problemas de concentração de flúor na área de residência do portador do boletim, explicou.

Para Ricardo Cabral, este documento representa mais um contributo para a saúde oral dos açorianos, que conjuntamente com outras acções de sensibilização e informação já realizadas, tem permitido consciencializar a população.

O médico dentista assegurou que, embora sejam lentos, os resultados deste trabalho têm surgido, ao apontar o exemplo dos índices de cáries dentárias nas crianças açorianas, que, em 2000, eram de 4,5 por cento e, em 2005, passaram para 2,1 por cento.

Citando as conclusões do último estudo de saúde oral realizado no arquipélago, Ricardo Cabral referiu que, entre 2000 e 2005, houve um «ganho em saúde» real ao nível dos índices de cáries dentárias das crianças de 2,4 por cento.

Quanto à percentagem de crianças isentas de cáries aos seis anos de idade, a região passou de 30,8 por cento em 2000 para os 37,3 por cento em 2005, sendo que a Organização Mundial de Saúde preconiza que, em 2020, se atinja os 80 por cento, disse.

Para o presidente da delegação açoriana da Ordem dos Médicos Dentistas, Artur Lima, o Boletim Individual de Saúde Oral constitui um «importante contributo» para a promoção da saúde, embora alerte para dificuldades na implementação do projecto na ilha do Faial.

Artur Lima adiantou à Lusa que, no Faial, não há médicos dentistas no sector público, pelo que a distribuição dos boletins tem sido feita através de equipas de enfermagem.
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