Sócrates premiou professor bloquista - TVI

Sócrates premiou professor bloquista

Arsélio Martins, vencedor do Prémio Nacional  de Professores

Arsélio Martins é deputado municipal pelo BE e já foi dirigente sindical

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«Um grande professor, um comunicador extraordinário e um cientista empenhado». É assim que Francisco Louçã descreve Arsélio Martins, o docente que hoje foi distinguido com o Prémio Nacional do Professor. O dirigente do Bloco de Esquerda disse ao PortugalDiário que conhece bem o professor, já que este acumula as funções educativas com o cargo de deputado municipal em Aveiro, eleito precisamente pelo BE.

Além disso, Arsélio Martins distinguiu-se como dirigente no Sindicato dos Professores da Região Centro, afecto à Fenprof. E é conhecido em Aveiro como conotado com os ideais de esquerda e sempre disposto a denunciar os problemas da cidade, como faz frequentemente no seu blog.

«É um combatente político e defende as suas ideias», adiantou Louçã, que não vê contudo uma ligação entre este lado activista do professor e a distinção que hoje recebeu. «Penso que isso não teve relevância e seria errado se tivesse. Quem o conhece sabe que irá continuar a criticar o ministério e o Governo sempre que achar necessário. Não vai mudar de ideias por ter recebido um prémio», garante o dirigente bloquista.

Para Louçã, Arsélio Martins merece esta distinção. «É um homem que se tem dedicado ao ensino. Trabalha muito e combate a preguiça que está tão enraizada em Portugal. É um daqueles professores que fica na memória dos alunos».

Mesmo com um dos membros da federação distinguido, a Fenprof continua a criticar este prémio. «Os professores não precisam de prémios, precisam é de um ministério que os respeite e valorize a profissão. Isto é um acto de propaganda», disse Mário Nogueira, presidente da Fenprof, ao PortugalDiário. «Cerca de 70 mil professores pertencem à Fenprof, quando se escolhe um professor, seja para o que for, é muito provável que seja nosso associado», adiantou o responsável.

Quanto ao docente escolhido, «tenho-o em consideração como professor», disse Mário Nogueira, mas adiantou que «há muitos outros professores que poderiam receber este prémio».

Com 35 anos de carreira, Arsélio de Almeida Martins foi considerado pelo júri como «um exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo», que lhe atribuiu o Prémio Nacional de Professor, instituído pela primeira vez para distinguir «aqueles que contribuem de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino».

Docente de matemática pura já foi dirigente da Fenprof e é caracterizado pelos seus alunos como um professor que «conseguiu tornar a matemática divertida». Utiliza as tecnologias, como o quadro interactivo no ensino da geometria, e a Internet para comunicar com os alunos dentro e fora da sala de aulas.

Os pares de Arsélio Martins na Escola Secundária de José Estêvão, em Aveiro, descrevem-no como o professor que «todos os alunos gostam». O dom de comunicar e surpreender, de trazer a matemática para a «realidade», assim como a irreverência, brincadeira e diferença colocou-o como professor de «excelência».

«Sou feliz por se professor no meu país», disse Arsélio Martins no seu discurso onde agradeceu ao Portugal de Abril que lhe permitiu evoluir de uma posição combatente, para uma posição de participação no sistema educativo. E não tem receio em afirmar que mudava várias coisas na educação em Portugal.
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